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Muçulmana acusa Chevron de discriminação religiosa nos EUA

Uma funcionária de um posto de gasolina na Flórida se recusou a encher o carro de Al-Fleur Mohammed se ela não tirasse o véu islâmico

A Chevron nega que tenha ocorrido discriminação no caso (Getty Images)

A Chevron nega que tenha ocorrido discriminação no caso (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 14h57.

Miami - Uma mulher muçulmana acusa a Chevron de discriminação religiosa porque, segundo alega, uma empregada de um posto de gasolina dessa empresa se negou a encher o tanque de seu automóvel se ela não tirasse seu véu islâmico (niqab).

'Nossa empregada pediu que a cliente tirasse seu véu por questões de segurança; quando ela se negou a tirar, a funcionária, por sua vez, também se negou a prestar o serviço', explicou nesta quinta-feira um porta-voz da Chevron, denunciada publicamente pelo Conselho de Relações Islâmico-americanas (CAIR, na sigla em inglês).

Em entrevista coletiva oferecida com o respaldo dessa associação, Al-Fleur Mohammed, de 39 anos, explicou na última quarta-feira que o incidente ocorreu em outubro, em um posto de gasolina de Boca Raton (sul da Flórida).

Na ocasião, a muçulmana ainda indagou a ordem da funcionária: 'Perdão, mas este é meu direito religioso', declarou Al-Fleur, que explicou que a empregada disse que necessitava ver seu rosto, uma ordem não atendida. Na sequência, a empregada devolveu o dinheiro de Al-Fleur depois de se negar a atendê-la.

A muçulmana, mãe de quatro filhos, então chamou a Polícia e, mesmo assim, não conseguiu ser atendida no posto de gasolina.

Após o incidente, a suposta vítima recorreu ao CAIR para que os diretores da Chevron reconhecessem que se tratou de um caso de discriminação religiosa. A ideia era fazer com que a companhia se comprometa em oferecer um treino especifico para que estes fatos não voltem a se repetir.

No entanto, a Chevron, a segunda maior petrolífera dos Estados Unidos, assegura que não há provas que comprovassem que o incidente possua ligação com uma eventual discriminação, embora tenha confirmado que 'tomará medidas corretivas para tratar este assunto'.


Al-Fleur insiste em que as partes implicadas em sua humilhação pública devem assumir a responsabilidade, 'aceitar que violaram' seus direitos e pedir desculpas.

A companhia ainda explicou que a empregada agiu de acordo com as normas de segurança, já que o fato aconteceu muito pouco antes da celebração do Halloween, quando as lojas são alvo de assaltos por mascarados e pessoas com o rosto coberto.

'Achamos que nosso empregado agiu sem nenhuma intenção de violar os princípios religiosos de Al-Fleur e que qualquer insinuação de discriminação por parte da Chevron (que emprega 60 mil pessoas no mundo todo) é completamente falsa', indicou a companhia em comunicado.

'Nossa política exige que todo o mundo seja tratado com respeito e dignidade', acrescentou a companhia, que pediu já desculpas à vítima.

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