Mundo

MSF pede envio de médicos militares contra o ebola na África

Resposta internacional até agora tem se concentrado em Ministérios da Saúde sobrecarregados e organizações não-governamentais, disse presidente da organização


	MSF em campo de isolamento: ebola é vírus hemorrágico para o qual não há vacina ou cura disponíveis
 (2Tango/Reuters)

MSF em campo de isolamento: ebola é vírus hemorrágico para o qual não há vacina ou cura disponíveis (2Tango/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 15h39.

Dacar - Os líderes mundiais devem enviar imediatamente equipes médicas civis e militares para combater o maior surto de ebola do mundo na África Ocidental, disse a chefe da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, em Nova York, nesta terça-feira.

A resposta internacional até o momento tem se concentrado em Ministérios da Saúde sobrecarregados e organizações não-governamentais para enfrentar o surto excepcionalmente grande da doença, disse a presidente do MSF, Joanne Liu, a Estados membros da ONU em Nova York.

Liu acusou líderes mundiais de "falhar no enfrentamento a esta ameaça transnacional", e disse que eles "essencialmente entraram numa coalizão global de inatividade", apesar do anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 8 de agosto de que a epidemia representava uma "emergencia internacional de saúde pública".

A declaração dela foi feita após o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, ter afirmado na segunda-feira que muitas pessoas estavam morrendo sem necessidade devido à "resposta desastrosamente inadequada" à doença, e que as nações ricas deveriam compartilhar conhecimento e recursos para ajudar os países africanos.

O ebola é um vírus hemorrágico para o qual não há vacina ou cura disponíveis.

Desde o início do surto em março, mais de 3.000 pessoas foram infectadas em Guiné, Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Senegal. Metade dos infectados morreu.

A OMS estabeleceu um "mapa" na semana passada para combater o surto.

O vírus, que se espalha por meio do contato direto com fluídos corporais de pessoas contaminadas, pode atingir até 20.000 pessoas e custar 490 milhões de dólares para ser controlada pelos próximos seis meses, segundo a agência.

Segundo o MSF, qualquer equipamento ou pessoal militar enviados à região atingida pelo ebola não devem ser usados para quarentena, contenção ou medidas de controle de população, e sim para conter a disseminação do vírus, disse o MSF.

A organização disse que hospitais de campanha com áreas de isolamento devem ser ampliados, laboratórios móveis enviados para melhorar o diagnósticos e pontes-aéreas criadas para estabelecer a movimentação de pessoas e material para dentro e fora da África.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasSaúde

Mais de Mundo

Zelensky autoriza recrutamento de pessoas com mais de 60 anos para o Exército

Governo Trump anuncia revogação de política climática dos EUA

Trump diz que reunião com Xi Jinping pode acontecer 'antes do fim do ano'

Reino Unido reconhecerá Estado palestino em setembro se Israel não decretar cessar-fogo