Mundo

MSF diz que mundo está perdendo batalha contra o ebola

A presidente do MSF, Joanne Liu, disse que a organização está completamente esgotada pelo surto de ebola nos países africanos


	Médicos sem Fronteiras: surto de ebola na África ocidental já matou mais de 1500 pessoas
 (Carl de Souza/AFP)

Médicos sem Fronteiras: surto de ebola na África ocidental já matou mais de 1500 pessoas (Carl de Souza/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 16h35.

Nações Unidas - O grupo internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou nesta terça-feira que o mundo está perdendo a batalha contra o ebola e lamentou que os centros de tratamento no oeste da África tenham se "reduzido a lugares onde as pessoas vão para morrer sozinhas", enquanto as autoridades lutam para conter a doença.

A presidente do MSF, Joanne Liu, disse que a organização está completamente esgotada pelo surto de ebola nos países africanos.

Ela afirmou que os centros de tratamento podem oferecer pouco mais do que cuidados paliativos e convocou os outros países para contribuir com médicos civis e militares familiarizados com desastres biológicos.

A diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou que o surto mundial "ficará pior antes de melhorar" e que exigirá maior responsabilidade global.

Ela agradeceu aos países que ajudaram, mas disse que é necessária mais ajuda, incluindo os países que ainda não contribuíram.

Novo infectado

Um terceiro missionário americano foi infectado com ebola enquanto trabalhava na Libéria e está sendo tratado em uma unidade isolada no hospital de Monróvia, onde trabalha, na capital do país africano.

O americano é obstetra e não trabalhava diretamente no tratamento da epidemia. Ele é o segundo missionário trabalhando pelo SIM USA, organização beneficente americana, a contrair a doença.

Não se sabe como o médico foi infectado, informou o SIM USA. Ele se isolou assim que sentiu sintomas e "está indo bem", de acordo com a organização.

O grupo não informou mais detalhes sobre o médico, seu tratamento ou quando ele poderá ser retirado da Libéria.

Nancy Writebol, também missionária da SIM USA, e Kent Brantly, médico que trabalhava no Samaritan's Purse, outra organização beneficente, foram levados para uma área isolada no Hospital da Universidade de Emory, em Atlanta.

Ambos se recuperaram da doença após tratamento experimental e receberam alta.

Enquanto não se sabe como o médico foi infectado na Libéria, seus colegas de trabalho estão em risco.

Profissionais que trabalham em centros de saúde gerais tem risco mais alto de contaminação do que os que atuam em centros de tratamento de ebola, segundo especialistas.

Isso porque esses médicos tratam pacientes que ainda não foram diagnosticados com a doença e, portanto, não foram isolados.

O surto de ebola na África ocidental já matou mais de 1,500 pessoas na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasSaúde

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde