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MSF diz que dividir ajuda nas Filipinas virou pesadelo

Médicos Sem Fronteiras qualificou como "pesadelo logístico" os problemas enfrentados para dividir a ajuda humanitária nas regiões devastadas pelo tufão "Haiyan"

Vítimas aguardam ajuda no aeroporto de Tacloban, nas Filipinas: milhares de sobreviventes necessitam com urgência de alimentos, água, remédios e tendas (Getty Images)

Vítimas aguardam ajuda no aeroporto de Tacloban, nas Filipinas: milhares de sobreviventes necessitam com urgência de alimentos, água, remédios e tendas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 08h06.

Cebu - A ONG internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) qualificou nesta quarta-feira como um "pesadelo logístico" os problemas enfrentados para dividir a ajuda humanitária nas regiões devastadas pelo tufão "Haiyan" na região central das Filipinas.

Dezenas de milhares de sobreviventes da ilha de Leyte, principalmente em Tacloban, assim como em outras áreas de Cebu, necessitam com urgência de alimentos, água, remédios e tendas de campanha, enquanto a precariedade das vias de acesso e os estragos causados representam as principais dificuldades.

"As vias de transporte até a região foram seriamente comprometidas, o que dificulta particularmente o acesso. O aeroporto de Tacloban está muito danificado e as estradas bloqueadas com escombros", assinalou a ONG em comunicado.

A chegada de aviões à vizinha ilha de Cebu também se mostra dificultada, já que o aeroporto local está congestionado.

Fraturas, ferimentos, infecções, tétano, diarreia e leptospirose são as complicações médicas mais urgentes entre os milhares de feridos pelo desastre.

"Nossa prioridade é chegar às áreas mais remotas; sempre são os últimos a receber a ajuda que necessitam urgentemente", afirmou Natasha Reyes, coordenadora de emergência do MSF.

A organização assinalou que a falta de informação sobre a destruição real do tufão - batizado localmente como "Yolanda" - também é muito preocupante, embora tenha ressaltado que possui consciência de que muitos centros médicos foram destruídos ou danificados.

O desespero fez com que uma multidão de desabrigados assaltasse ontem um armazém de arroz em Leyte, uma ação que resultou na morte de oito pessoas depois da queda de um muro.

As autoridades locais se encontram desorientadas perante a magnitude do tufão, que arrasou povos inteiros com ventos de até 300 km/h, mas trabalham com ímpeto para retirar os escombros das estradas e manter a segurança.


No meio do drama, muitas famílias reagiram com extraordinária solidariedade, compartilhando o pouco que sobrou após a passagem do "Haiyán" nas áreas mais isoladas.

Alguns filtram a água com panos para tentar purificar a água ou improvisam geradores de energia para conseguir eletricidade com peças recuperadas entre as ruínas.

Catherine Gearing, uma voluntária australiana da Cruz Vermelha, explicou à Agência Efe que a devastação causada pelo tufão foi muito severa, afetando quase todas as regiões litorâneas de Leyte, algumas delas inacessíveis.

"Os trabalhos do governo avançam. Limparam os escombros das principais estradas, mas muitas ainda seguem bloqueadas. Milhares de casas foram derrubadas, a grande maioria nas zonas que visitamos", manifestou Gearing.

A voluntária ressaltou que a prioridade das autoridades é retirar os cadáveres que, depois de cinco dias, já se encontram em estado de decomposição, com o risco de gerar diversas epidemias.

De acordo com as autoridades, vários aeroportos da região já foram reabertos, o que possibilita a chegada de mais ajuda, enquanto vários navios militares dos Estados Unidos e do Reino Unido devem chegar nos próximos dias.

O Conselho para a Gestão e Redução de Desastres das Filipinas elevou o número oficial de vítimas para 1.833 em seu último relatório, no qual também confirmou que há pelo menos 2.623 feridos, 84 desaparecidos e 6,9 milhões de afetados.

Durante uma entrevista ao canal americano "CNN", realizada na noite de ontem, o presidente das Filipinas, Benigno Aquino, também descartou a possibilidade do número de mortos alcançar os 10 mil, como havia estimado as Nações Unidas, e indicou que tal número deverá ficar entre 2 mil e 2,5 mil.

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