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MP pede que Justiça argentina negue prisão domiciliar a ex-presidente Cristina Kirchner

A presidente do Partido Justicialista e principal líder da oposição anunciou que vai se entregar na quarta-feira para começar a cumprir sua pena

Cristina Kirchner: ex-presidente da Argentina foi condenada recentemente por corrupção (Luis ROBAYO/AFP)

Cristina Kirchner: ex-presidente da Argentina foi condenada recentemente por corrupção (Luis ROBAYO/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de junho de 2025 às 14h33.

Os promotores do processo que condenou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner por corrupção pediram ao tribunal que não lhe conceda prisão domiciliar para cumprir uma pena de seis anos, informaram fontes nesta terça-feira, 17.

Os promotores do caso, Diego Luciani e Sergio Mola, consideram que "as razões humanitárias que a justificam não são evidentes". Kirchner, de 72 anos, pode solicitar o benefício por ter mais de 70 anos, mas a decisão fica a critério dos juízes.

A defesa também alegou razões de segurança, citando a tentativa de assassinato que sofreu em 2022, quando um homem tentou atirar à queima-roupa em sua cabeça, mas o disparo falhou. Se os juízes atenderem ao pedido da acusação, Kirchner cumprirá pena em uma prisão comum.

Cristina Kirchner, presidente do Partido Justicialista e principal líder da oposição, anunciou que se apresentará à Justiça na quarta-feira para começar a cumprir sua pena. Apoiadores da duas vezes presidente (2007-2015) e vice-presidente (2019-2023) convocaram uma marcha maciça até o tribunal na quarta-feira, com delegações de várias partes do país.

O tribunal que julga o caso deve avaliar se notifica Kirchner remotamente para evitar sua presença acompanhada de uma grande mobilização popular.

Entenda a acusação

Na última terça-feira, a Suprema Corte confirmou a pena de seis anos de prisão e a inabilitação perpétua contra Kirchner por fraude em contratos públicos na província de Santa Cruz, no sul do país. A decisão foi tomada dias após a ex-presidente anunciar sua candidatura a deputada nas legislativas provinciais de Buenos Aires, em setembro. Se eleita, obteria imunidade legislativa.

A Suprema Corte, composta por três membros e com duas cadeiras vagas, recusou-se a revisar o caso, conforme solicitado por Kirchner, alegando parcialidade e falta de provas.

O presidente Javier Milei tentou preencher as vagas na Corte nomeando dois juízes por decreto, mas a decisão foi rejeitada pelo Congresso. Kirchner pediu para cumprir sua pena em um apartamento no bairro de Constitución, na capital argentina, a poucos minutos do Congresso Nacional.

Centenas de manifestantes se reúnem em frente à sua casa todos os dias para expressar solidariedade, e as paredes do prédio estão cobertas de cartas e mensagens de apoio. "A reação inicial (dos militantes peronistas) não será a mesma ao longo do tempo", avaliou o chefe de gabinete, Guillermo Francos, nesta terça-feira.

"Teremos que ver se isso se torna um espetáculo permanente. Esse não é o objetivo de uma condenação judicial", acrescentou em declarações à A24.

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