O presidente do Peru, Ollanta Humala, em reunião do Fórum Econômico Mundial (AFP/AFP)
EFE
Publicado em 7 de maio de 2019 às 15h27.
Última atualização em 7 de maio de 2019 às 15h29.
Lima — O Ministério Público do Peru acusou formalmente nesta terça-feira o ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) pelo crime de lavagem de dinheiro dentro do caso que investiga as propinas pagas pela construtora Odebrecht no país.
A acusação foi apresentada pelo promotor Germán Juárez, um dos integrantes da versão peruana da operação Lava Jato, à Sala Penal Nacional, em Lima. O Ministério Público também apresentou denúncia contra a esposa de Humala, Nadine Herédia, pelo mesmo crime.
O Partido Nacionalista Peruano (PNP), fundado por Humala, também foi incluído na denúncia. Peréz explicou que o Ministério Público quer a dissolução da legenda por considerar que ela foi instrumentalizada para lavar dinheiro oriundo de propina.
Segundo as investigações do Ministério Público, Humala recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht para a campanha eleitoral. Parte do dinheiro teria sido paga à esposa do ex-presidente e outra a dois publicitários: o brasileiro Vlademir Garreta e o franco-argentino Luis Favre, ex-marido da ex-prefeita de São Paulo, ex-ministra e atual senadora Marta Suplicy.
Familiares e amigos da ex-primeira-dama também estariam envolvidos no esquema, segundo a investigação, e trabalharam diretamente na campanha de Humala e nas finanças do PNP.
Nos interrogatórios realizados em fevereiro pela equipe da Lava Jato do Peru com ex-diretores da Odebrecht no Brasil, Raymundo Trindade, ex-gerente de Relações Institucionais da Odebrecht, afirmou que esteve presente em uma reunião na qual Jorge Barata, ex-representante da construtora no país, deu US$ 1 milhão para a campanha de Humala em 2011.
Em fevereiro de 2017, Barata confessou a Pérez e ao coordenador da equipe da Lava Jato no Peru, Rafael Vela, que repassou US$ 3 milhões, a pedido do PT, para a campanha que elegeu Humala.
Barata afirmou que uma parte do dinheiro foi entregue em mãos à ex-primeira-dama em uma casa que pertence a Humala em Lima. O restante foi repassado através de Favre e Garreta.