Mundo

Mosul comemora seu primeiro Eid sem o Estado Islâmico em anos

Para muitos, a celebração do Eid neste domingo foi ofuscada pela destruição da torre de uma histórica mesquita, explodida por militantes na quarta

Mosul: "Não será um Eid de verdade antes de voltarmos para casa", disse um homem (Erik De Castro/Reuters)

Mosul: "Não será um Eid de verdade antes de voltarmos para casa", disse um homem (Erik De Castro/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 25 de junho de 2017 às 17h28.

Mosul  - A população da cidade iraquiana de Mosul comemorou seu primeiro Eid al-Fitr, feriado que celebra o fim do Ramadã, sem a presença do Estado Islâmico em muitos anos, depois de os militantes terem sido afugentados da cidade.

Crianças reuniram-se em praças no lado leste da cidade. Algumas brincaram em velhos balanços, outras com armas de brinquedo e rifles, itens que estavam entre os brinquedos permitidos pelo Estado Islâmico depois que o grupo assumiu o controle da cidade, em junho de 2014.

Os militantes implementaram uma versão extrema do Islã, que associa brinquedos com rosto, como bonecos, à idolatria.

Eles encorajavam os jovens a treinar com armas e trocaram textos de livros para que passassem a refletir sua ideologia militar. Em exercícios de matemática, as crianças tinham que somar bombas e balas.

Orações do Eid al-Fitr eram permitidas pelo Estado Islâmico, mas não as festividades.

Mas, para muitos, a celebração do Eid neste domingo foi ofuscada pela destruição da torre de uma histórica mesquita, explodida por militantes na quarta-feira, e a população teme pelos milhares de civis presos na Cidade Velha, no oeste de Mosul, ainda sob o controle do Estado Islâmico.

"Não será um Eid de verdade antes de voltarmos para casa", disse um homem, de aproximadamente 60 anos, desalojado do lado oeste da cidade, no outro lado do rio Tigris, onde as lutas continuam.

Alguns expressaram tristeza com a destruição da mesquita Grand al-Nuri, de 850 anos, e sua torre de 45 metros.

Forças iraquianas tiraram a região leste das mãos do Estado Islâmico em janeiro, depois de 100 dias de lutas, e começaram a atacar o oeste em fevereiro. Os militantes estão sitiados na Cidade Velha de Mosul.

O Estado Islâmico retaliou com uma série de ataques suicidas em Hay al-Tanak, bairro pobre a oeste da Cidade Velha.

"Forças de segurança bloquearam um ataque violento realizado por (pessoas usando) cintos explosivos em Hay al-Tanak", disse um comunicado militar, mostrando imagens de fumaça negra após militantes atearem fogo em casas e carros.

O exército iraquiano não confirmou comunicados do Estado Islâmico de que os insurgentes teriam assumido o controle de Hay al-Tanak e teriam começado a atacar o bairro próximo de Hay al-Yarmuk. Testemunhas disseram que viram moradores fugindo da área.

"Enquanto nossas forças heróicas estão mais próximas da vitória final contra as gangues do Daesh (Estado Islâmico), ofereço meu mais sincero parabéns pelo Eid al-Fitr", disse o primeiro ministro Haider al-Abadi, em um comunicado.

Uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos está fornecendo apoio aéreo e terrestre em uma ofensiva que já dura oito meses para retirar os militantes da área.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoIraqueMuçulmanos

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido