Prisão de Ayalon em Ramle, perto de Tel Aviv: Israel não revelou a identidade nem as acusações contra o cidadão (Jack Guez/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 07h32.
Sydney - O serviço secreto israelense fez o possível para evitar que a imprensa do país publicasse as revelações do canal australiano sobre o misterioso "prisioneiro X", afirma o repórter que revelou o caso.
"Minhas fontes me contaram que o lema era 'todo mundo mobilizado' no Mossad e no serviço de segurança interno de Israel, o Shin Bet", escreveu no site da Australian Broadcasting Corporation (ABC) Trevor Bormann, o jornalista que revelou a notícia.
"As fontes afirmaram que os grandes meios de comunicação certamente aplicariam, a contragosto, um silêncio total ao assunto e que a principal tarefa dos censores seria eliminar os fragmentos de blogs com links para a nossa história", destacou Bormann.
"Mas não funcionou", completou.
A ABC revelou a misteriosa morte em uma prisão israelense em dezembro de 2010 de um possível ex-espião australiano-israelense do Mossad.
Na quarta-feira, Israel confirmou que prendeu, por razões de segurança, um indivíduo com nacionalidade estrangeira e israelense que cometeu suicídio durante a detenção, mas não revelou a identidade nem as acusações contra o cidadão.
Do acordo com a ABC, o indivíduo era Ben Zygier, de 34 anos, que se enforcou em uma cela, apesar dos sofisticados sistemas de vigilância, em dezembro de 2010.
Casado e pai de dois filhos, Ben Zygier, que teria morado por 10 anos em Israel antes da detenção, foi recrutado como agente pelo Mossad, o serviço de inteligência externo de Israel, segundo o canal australiano.