Londres/Paris/Moscou - Na pequena loja de queijos de Alexander Krupetskov, no centro de Moscou, as vendas de produtos franceses triplicaram nas duas últimas semanas.
Os compradores estão estocando alimentos que se tornarão escassos porque o governo russo proibiu diversos produtos provenientes da União Europeia e dos EUA em retaliação às sanções impostas por causa das ações da Rússia na Ucrânia.
O país de 143 milhões de habitantes foi um dos mercados de exportação com o crescimento mais acelerado para os fabricantes franceses de queijos enquanto os moscovitas adquiriam o gosto por queijos brie cremosos, camembert acres e roquefort picantes.
“A própria razão de ser da loja foi colocada em dúvida”, disse Krupetskov, que tem estoque para quatro semanas.
As exportações de queijos franceses para a Rússia aumentaram 29 por cento, para 49,5 milhões de euros (US$ 66 milhões) no ano passado, o que supera um aumento de 4,4 por cento no total das exportações, para 3 bilhões de euros.
As remessas de brie para a Rússia cresceram 37 por cento e as vendas de roquefort, que tem um sabor mais forte, avançaram 13 por cento, de acordo com dados da Eurostat.
Nos arredores de Paris, no mercado de alimentos de Rungis, que fica a 30 horas de distância por terra a oeste de Moscou, Nicolas Médard, vice-diretor da Thomas Export, disse que 100.000 formas de brie com destino à Rússia estão encalhadas após a interdição anunciada no dia 7 de agosto, ainda sem novo rumo.
“Todas essas caixas iam para a Rússia”, disse Médard, tirando uma lata de brie Père Toinou de uma das 2.000 caixas de papelão embaladas com plástico. “Vamos perder cerca de 120.000 euros”.
O fato de a Rússia ter colocado na lista negra US$ 9,5 bilhões em alimentos e produtos agropecuários dos EUA, UE, Noruega, Canadá e Austrália provavelmente acelere a inflação anual para 8 por cento em 2015, acima da meta de 4,5 por cento, de acordo com autoridades do governo.
Queijo suíço
Na semana passada, a exportadora suíça Intercheese AG disse que foi contatada por compradores russos em busca de queijos que eles já não podem obter da UE, como mozarela, gouda e edam.
A UE exportou 257.000 toneladas de queijo para a Rússia no ano passado, o equivalente a 33 por cento das remessas fora do bloco e 2,6 por cento da produção.
As remessas de queijo e coalhada para a Rússia somaram 985 milhões de euros, e a Holanda, a Alemanha e a Lituânia eram os principais fornecedores.
Enquanto a Alemanha e a Holanda vendiam principalmente variedades a granel para a Rússia, como o edam amarelo, a França e a Itália enviavam queijos especiais de maior valor, disse Bart Van Belleghem, diretor administrativo da Associação Europeia do Comércio de Laticínios (Eucolait).
Preços do leite
Na Société Fromagère de la Brie, fabricante de queijos em Saint-Siméon, na região de Brie no sudeste de Paris, o diretor Philippe Bobin não observou um impacto direto sobre os lucros.
Ele estava preocupado de que a queda nos preços do leite prejudicasse os fazendeiros que fornecem para sua companhia, o que aumentaria a tentação de abandonar os laticínios e cultivar grãos.
“O impacto do embargo russo pode ser mais violento e rápido do que pensávamos”, disse Bobin.
“A partir desta semana, os preços do leite no comércio vão começar a cair. Corremos o risco de vender nossos queijos a um preço mais baixo, mas recompensado pelo preço de compra mais baixo da matéria-prima”.
A Rússia pode ter dificuldades para encontrar um fornecedor de queijos que substitua a Europa, disse Van Belleghem.
O país foi 51 por cento autossuficiente em queijo no ano passado, enquanto as importações provenientes da UE equivaleram a 29 por cento do suprimento e as da Bielorrússia, a 12 por cento, de acordo com dados da Comissão Europeia.
“Para o leite em pó e a manteiga, não espero nenhum problema, há disponibilidade suficiente”, disse Van Belleghem. “Para o queijo da Europa, não há muitas alternativas”.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)