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Mortes por terrorismo caem no mundo, mas ameaça da extrema-direita cresce

Número de mortes por terrorismo caiu 27% em 2017 ante 2016 e as maiores quedas foram observadas na Síria e Iraque

Supremacistas brancos nos Estados Unidos: ataques relacionados ao extremismo político são ameaça em ascensão, mostra estudo do IEP (Chip Somodevilla/Getty Images)

Supremacistas brancos nos Estados Unidos: ataques relacionados ao extremismo político são ameaça em ascensão, mostra estudo do IEP (Chip Somodevilla/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 11h17.

Última atualização em 20 de novembro de 2019 às 11h45.

São Paulo – Pelo terceiro ano consecutivo, mortes por ataques terroristas caíram em todo o mundo. A notícia, contudo, é ofuscada por outra ameaça em ascensão nos Estados Unidos e na Europa ocidental: a extrema-direita. A constatação é do Índice Global do Terrorismo, estudo anual pelo Instituto para Economia e Paz (IEP), divulgado nesta quarta-feira.

De acordo com o relatório, o número de mortes decorrentes de ataques terroristas caiu 27% ante 2016 e 44% desde 2014, quando atingiu o pico. O maior declínio, explicou a publicação, aconteceu justamente na Síria e no Iraque, países que vivenciaram nos últimos anos casos de violência extrema por grupos extremista e conflitos civis.

No geral, mostrou o estudo, os casos associados ao terrorismo declinaram em 94 países, o maior número já observado nos anos de análise, embora tenham aumentado em 46. Ao todo, 67 países do mundo sofreram ao menos um ataque dessa sorte em 2017 e o país mais afetado por essa atividade é o Afeganistão.

Na Europa, lugares como França, Bélgica e Alemanha, alvos frequentes desses atos nos últimos anos, também registraram queda. Se em 2016, esses países sofreram 168 mortes por ataques terroristas, em 2017 o número não passou de 81. A letalidade dos ataques que aconteceram no período está menor, mas o número de incidentes aumentou de 253 em 2016 para 282.

As quedas nesses números são atribuídas pelo estudo especialmente ao enfraquecimento do Estado Islâmico (EI), organização terrorista que atuou com força na Síria e no Iraque, mas bem-sucedida em exportar células para diferentes partes do mundo. Ainda assim, o EI e seus militantes são considerados o grupo mais violento em atividade atualmente e foram responsáveis por ao menos 4.350 fatalidades no ano passado.

Extrema-direita

A publicação também notou o aumento da ameaça representada por grupos da extrema-direita, que ganharam força nos últimos anos especialmente nos Estados Unidos e Europa. Nos EUA, supremacistas brancos estiveram por trás de 30 ataques e 16 mortes, enquanto em solo europeu essas pessoas estiveram envolvidas em 12 ataques no Reino Unido e seis na Suécia.

Entre 2013 e 2017, o estudo registrou 66 mortes e 127 ataques de grupos ou indivíduos associados a esse tipo de extremismo nos EUA e na Europa. A maior parte dos ataques foram realizados por apenas uma pessoa, motivada pela supremacia branca ou ódio aos muçulmanos.

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