Redatora
Publicado em 12 de abril de 2024 às 07h44.
O ministério da saúde do Peru declarou, nesta quinta-feira, 11, que houveram 117 mortes registradas devido à dengue neste ano, em comparação com 33 no mesmo período de 2023. Além disso, o número de casos suspeitos mais do que triplicaram, batendo 135 mil.
O governo de Dina Boluarte afirmou nesta semana que aprovou um decreto emergencial que permitiria a implementação de medidas econômicas extraordinárias para tentar conter a epidemia. De acordo com especialistas, o surto está sendo exacerbado pela mudança climática.
O maior número de casos foi constatado nas áreas do norte e da costa do país, incluindo a capital, Lima. Considerando o tamanho da população peruana e a proporcionalidade do número de casos registrados por 100 mil habitantes, o Peru está passando por uma situação mais aguda do que o Brasil ou a Argentina.
Em março, o governo peruano decretou um estado de emergência sanitária em 20 de suas 25 regiões durante 90 dias em razão da disseminação da dengue. Segundo o ministro da saúde nacional, César Vásquez Sánchez, a onda de calor incomum e a ausência de inverno geraram uma tempestade perfeita para a proliferação do mosquito responsável pela transmissão da doença.
"Como a Organização Mundial da Saúde já havia anunciado, 2024 seria um ano catastrófico para a América Latina em termos de dengue", declarou.
Em 2023, o Peru registrou o maior número de vítimas de dengue em quarenta anos. No ano passado, a doença vitimou 445 pessoas e infectou mais de 270 mil.
Hoje, mais de 80% do Peru está enfrentando problemas com a dengue.
No ano de 2024, a situação parece mais intensa do que nunca, conforme países como Brasil e Argentina também enfrentam a pior epidemia de dengue de suas histórias. Recentemente, o Brasil registrou 3 milhões de casos da doença no ano, ultrapassando 1 250 mortes.
Governos da América Latina estão correndo contra o tempo para tentar conter os efeitos mais gravosos do surto, que se manifesta de forma perigosa conforme a mudança climática esquenta o planeta e o torna mais adequado para a proliferação do Aedes aegypti.
Com informações da Reuters.