Oscar Pérez: na segunda-feira, elez foi encurralado com um grupo de homens em uma casa a 25 km de Caracas (Oscar Pérez/Instagram/Reprodução)
AFP
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 06h40.
A morte do ex-policial Óscar Pérez ameaça as negociações entre o governo venezuelano e a oposição, após um alto funcionário sugerir que delegados opositores delataram o piloto rebelde.
"Nos parece inaceitável, rejeitamos isto, que se queira enlamear um processo que exigiu tanto esforço com acusações irresponsáveis e totalmente falsas", declarou a Mesa da Unidade Democrática (MUD) em carta dirigida ao presidente dominicano, Danilo Medina, divulgada nesta quarta-feira.
Ao confirmar a morte de Pérez durante uma operação policial e militar para capturá-lo, o ministro da Defesa, general Néstor Reverol, garantiu que dirigentes da MUD colaboraram para a localização do piloto rebelde, "com base nos diálogos de paz" na República Dominicana.
A MUD advertiu que as palavras de Reverol "comprometem o bom andamento" do processo de negociação visando saídas para a crise política e econômica na Venezuela.
Uma nova rodada de negociações está prevista para quinta e sexta-feira, em Santo Domingo, mas a MUD ainda não confirmou sua participação.
Uma fonte ligada à aliança opositora disse à AFP que é "muito possível" que os delegados não viajem para Santo Domingo devido ao caso Pérez e diante da ausência dos chanceleres que acompanham as conversações.
"Queríamos que fossem (...), mas não vão", disse na noite desta quarta-feira o poderoso dirigente chavista Diosdado Cabello, em referência aos delegados da oposição.
Na segunda-feira, Pérez foi encurralado com um grupo de homens em uma casa a 25 km de Caracas, e em um vídeo acusou as autoridades de querer matá-lo, sem aceitar sua rendição.
Organizações de direitos humanos alertaram para uma possível "execução extrajudicial" na operação que levou à morte do piloto rebelde.