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Morte de miss aumenta para 4 o número de mortos na Venezuela

Uma miss baleada durante um protesto contra o governo não resistiu ao grave ferimento e morreu, aumentando para quatro o número de mortos nos protestos

Manifestante corre entre a fumaça das bombas de gás lacrimogêneo em protesto na Venezuela: ato de estudantes opositores em Valencia terminou em distúrbio (Raúl Arboleda/AFP)

Manifestante corre entre a fumaça das bombas de gás lacrimogêneo em protesto na Venezuela: ato de estudantes opositores em Valencia terminou em distúrbio (Raúl Arboleda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 08h44.

Caracas - Uma miss baleada durante um protesto contra o governo na terça-feira não resistiu ao grave ferimento e morreu um dia depois em Valencia (norte), aumentando para quatro o número de mortos nas manifestações das últimas duas semanas.

Génesis Carmona, de 21 anos, era Miss Turismo do estado de Carabobo.

Ela tinha sido internada em uma clínica particular com um ferimento na cabeça causado por um tiro e chegou a ser submetida a uma cirurgia de emergência.

Na terça, um ato de estudantes opositores em Valencia terminou em distúrbios, que, segundo a imprensa local, deixaram pelo menos oito feridos a tiros, entre eles Carmona, depois de um ataque praticado por um grupo de homens armados.

Com a morte da miss, sobe para quatro o número de mortos nos protestos que sacodem a Venezuela há duas semanas.

Na quarta-feira passada, uma manifestação de estudantes opositores no centro de Caracas registrou confrontos que causaram três mortes e deixaram vários feridos.

A notícia foi divulgada no momento em que dezenas de opositores e universitários estavam reunidos diante do tribunal de Caracas, onde o líder oposicionista Leopoldo López deveria ser apresentado.

López é um dos líderes da ala radical da coalizão antichavista Mesa da Unidade Democrática (MUD).

A audiência de López acabou às 1H45 locais (3H15 de Brasília) ante uma juíz na casa militar de Ramo Verde, informou à AFP o advogado de defesa, Bernardo Púlido.


"Ratificaram a privação da liberdade e apresentaram acusações por danos e incêndios, associação para delinquir e estímulo da violência", disse Púlido, que negou acusações por homicídio como havia sido anunciado inicialmente.

A audiência deveria ter acontecido no Palácio de Justiça, onde os manifestantes e estudantes estavam reunidos para apoiar López.

A MUD convocou para sábado uma passeata em Caracas em apoio a López, que foi levado para Ramo Verde na terça-feira à noite.

Para alguns especialistas, a detenção de López deixa o governo em uma situação complicada.

O cientista político Ángel Oropeza, professor da Universidade Simón Bolívar, acredita que López "possivelmente ficará detido por alguns dias."

"Se for libertado rapidamente, será um sinal de fraqueza. Mas se for mantido em detenção por muito tempo, poderão estimular ainda mais os protestos da oposição e sofrerão muito mais pressão internacional", explicou.

Na terça-feira Caracas foi cenário de uma passeata a favor do governo e de outra contrária, ambas sem incidentes.

A onda de manifestações na Venezuela começou há duas semanas, com protestos de universitários em San Cristóbal (fronteira com a Colômbia) contra a insegurança. As manifestações ganharam força e se estenderam para todo o país, incorporando protestos contra a inflação, o desabastecimento e as detenções de estudantes.

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