Imagem de arquivo de Donald Trump: política migratória de presidente tem consequências catastróficas (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 07h02.
A morte de uma menina guatemalteca de sete anos sob custódia da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos reacendeu, neste fim de ano, os debates sobre as políticas migratórias do país.
Ela foi detida no dia 6 de dezembro quando cruzava o estado americano do Novo México junto com o pai e um grupo de 160 3 pessoas. Pouco mais de 90 minutos depois, ainda no ônibus, a menina teve convulsões e foi levada a um hospital, onde morreu de desidratação e choque.
Agora sua família e as autoridades americanas travam uma disputa sobre as responsabilidades na morte. Segundo as autoridades afirmaram num comunicado no sábado, Jakelin Caal ficou dias sem água ou comida até ser encontrada pela patrulha de fronteiras. Advogados contratados pela família, porém, afirmam que ela estava em boa forma física quando foi capturada. Segundo seu pai, Nery Caal, o grupo em que a menina viajava não estava cruzando o deserto há dias, mas sim havia sido deixado na fronteira com o México, distante 90 minutos de caminhada do ponto onde foram capturados.
A história se complica porque o cônsul da Guatemala no Texas, Tekandi Paniagua, contou à rede CNN que Nery Caal lhe disse que não tinha reclamações sobre a forma como os patrulheiros trataram sua filha. Seu pai assinou um formulário confirmando que a filha estava em boa forma física quando foi capturada.
A morte de Jakelin se transformou numa das mais trágicas histórias da onda migratória que parte da América Central para os Estados Unidos. A vila de San Antonio Secortez, onde a menina morava com os pais e três irmãos, tem 420 habitantes e é considerada extremamente pobre.
A tragédia também apimentou as discussões na Congresso americano sobre a aprovação do orçamento de 2019, que precisa ser votado esta semana sob o risco de paralisar o governo. O presidente Donald Trump faz pressão para a inclusão de 5 bilhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México, e diz que não vê problemas numa paralisia do governo. Democratas, que desde novembro são maioria no Congresso, afirmam que não aprovarão os gastos. Não há qualquer perspectiva de acordo.
Em janeiro deste ano o bloqueio no orçamento também aconteceu, e durou três dias.