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Morte de Bin Laden emociona parentes de vítimas do 11/9

Parentes caíram no choro em todo os EUA ao saberem da morte do terrorista; para homem que perdeu a mulher nas Torres Gemêas, é "um momento de alegria, choro e raiva"

O ataque contra as Torres Gêmeas: parentes demoraram a acreditar na morte de bin Laden (Getty Images)

O ataque contra as Torres Gêmeas: parentes demoraram a acreditar na morte de bin Laden (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2011 às 21h08.

Nova York - A notícia da morte do líder terrorista Osama bin Laden foi recebida com surpresa e lágrimas de emoção por parentes das vítimas dos atentados contra as Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2001, tal como expressaram alguns latinos nos Estados Unidos entrevistados pela Agência Efe.

"Foi um momento de alegria, choro e raiva", disse Luis Rivera à Efe, ao lembrar do momento em que soube da morte do líder da rede terrorista Al Qaeda.

Sua esposa, Carmen, que trabalhava em um banco no 96º andar da torre II do World Trade Center, é uma das mais de 2.750 pessoas que morreram em Nova York no 11 de Setembro.

Rivera disse que, ao saber da morte do mentor dos atentados, reviveu a dor pela perda de sua esposa.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou na noite deste domingo, em cadeia nacional, a morte de Osama bin Laden em uma operação militar americana no Paquistão, o que levou milhares de pessoas saírem às ruas de Nova York para comemorar a notícia.

Após a morte de sua esposa, Rivera passou a cuidar sozinho dos três filhos. Ele disse tê-los avisado sobre a morte de bin Laden logo que soube da notícia.

"Chamei meus filhos, que não conseguiram nem falar, só choravam. Dizer-lhes o que aconteceu abriu a ferida novamente", assinalou.

Wanda García, cujo marido, Emilio Ortiz, também perdeu a vida nos atentados, declarou à Efe que mal pôde acreditar na notícia.

"No início fiquei em choque e comecei a chorar. Me perguntava por que chorar, mas é uma ferida que sempre está aí para lembrar do que aconteceu", destacou Wanda, que assumiu a responsabilidade de suas filhas gêmeas, Emily e Amanda, que na época tinham apenas cinco meses de vida.

Wanda lembrou que sua mãe, com quem vive, lhe disse que viu as notícias após o telefonema de um primo.

"Não podia acreditar (na notícia) porque sempre diziam que o tinham localizado, ou que estava doente. Mas, quando o presidente disse, acreditei nele e também vi as pessoas comemorando em frente à Casa Branca", ressaltou Wanda.

Ela disse que se comunicou imediatamente com os familiares de seu marido e vários amigos.

"Foi feita justiça, mas isso não fecha a ferida. Pelo menos meu marido pode descansar em paz", apontou Wanda, cujo marido fazia trabalhos de manutenção em uma das torres.


A porto-riquenha indicou também que suas filhas Emily e Amanda, agora com dez anos, lhe perguntaram por que as pessoas comemoravam a morte de uma pessoa.

"Me dei conta de seu bom coração. Expliquei a elas quem era (bin Laden), que eles nos causou muito mal e que não celebravam sua morte, mas o fato de que ele não estará mais entre nós", disse Wanda, que nesta segunda-feira acompanhou as filhas até a escola, onde as professoras explicaram aos alunos o que tinha acontecido.

Tanto Rivera como Wanda se mostraram agradecidos com o presidente Obama e com os militares que participaram da operação que culminou com a morte de bin Laden. "Estou muito contente com o que o presidente fez", manifestou Rivera.

Os políticos latinos de Nova York também se uniram às milhares de pessoas que celebraram a morte do terrorista e cumprimentaram o presidente Obama.

"Da mesma forma que os americanos que viram e ouviram o presidente anunciar a morte do terrorista mais procurado do mundo, sinto um grande sentimento de patriotismo", declarou o senador estadual Rubén Díaz.

"Parabenizo Obama e sua Administração por acabar com este tão doloroso capítulo na história de nossa nação. Também parabenizo todos os homens e mulheres que fazem parte de nossas Forças Armadas", acrescentou.

Para o deputado estadual José Peralta, o mundo "é mais seguro hoje graças à coragem dos homens e mulheres que brigam ao redor do mundo pela liberdade e pela determinação do presidente Obama".

O também deputado estadual Adriano Espaillat disse que fez-se "justiça" para os parentes das milhares de vítimas do 11 de Setembro, e recomendou aos nova-iorquinos que permaneçam unidos.

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