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Morte de Bin Laden devolve glória à CIA

Instituição de inteligência perdeu a credibilidade após os atentados contra o World Trade Center

O diretor da CIA, Leon Panetta, admitiu uma série de erros que permitiram à Al-Qaeta matar 7 agentes em um atentado no Afeganistão em 2010 (AFP)

O diretor da CIA, Leon Panetta, admitiu uma série de erros que permitiram à Al-Qaeta matar 7 agentes em um atentado no Afeganistão em 2010 (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2011 às 08h49.

Washington - A morte de Osama Bin Laden devolveu à CIA seu esplendor e, especialmente, a esperança que havia perdido após os atentados de 2001 contra os Estados Unidos.

Censurada por não alertar sobre pistas referentes aos ataques de 11 de setembro de 2001, por suas técnicas de interrogatório e por deslizes que precederam a guerra no Iraque, a CIA passou por uma década de dificuldades.

No entanto, a operação contra o esconderijo do líder da Al-Qaeda no Afeganistão e a eficiente operação de inteligência que a precedeu agora projetam uma imagem melhor da agência, afirmaram analistas e antigos funcionários

"É uma grande vitória", disse Michael O'Hanlon, membro da Brookings Institution. "A CIA fez tudo o que poderia se esperar dela", acrescentou.

A até agora infrutífera busca por Bin Laden foi uma permanente frustração para a CIA, e as críticas aumentaram por seus informes sobre a recente agitação política nos países árabes. O diretor da CIA, Leon Panetta, inclusive admitiu uma série de erros que permitiram à Al-Qaeta matar 7 agentes em um atentado no Afeganistão em 2010.

No entanto, nesta semana Panetta pôde dar boas notícias sobre uma operação bem-sucedida com detalhes que parecem retirados de um filme de espionagem.

"Acredito que isto, pelo menos na cabeça das pessoas, apaga qualquer dúvida que possa ter existido acerca da CIA", disse Panetta.

Após os atentados de 2001, os serviços de espionagem dos Estados Unidos foram criticados por guardar segredos e não compartilhar informações entre si. Estes problemas conduziram a uma reforma da CIA que lhe tirou algumas atribuições e autoridade, com a designação de um tipo de "czar" dos serviços de inteligência americanos.

Após a recente revelação dos elementos de inteligência utilizados, que incluiu escutas telefônicas, interrogatórios, fotos tiradas por satélites e espionagem "à antiga", a caça à Bin Laden mostrou a colaboração entre agências, o que faltava há dez anos, afirmam especialistas.

"O que vimos é uma forma de integração de serviços de inteligência que se pensava que estava ausente antes de 11 de setembro de 2001 e imediatamente depois. Se havia um problema, certamente foi corrigido", disse Hoffman à AFP.

Rastrear Bin Laden até seu refúgio em Abbottabad implicou em uma operação na qual a CIA utilizou pequenos grupos de espiões nesta cidade paquistanesa, informou na sexta-feira o jornal The Washington Post.

A partir de uma casa segura, espiões e informantes da CIA monitoravam todos os movimentos da residência na qual suspeitavam que Bin Laden se encontrava, disse o Post citando fontes anônimas.


A chave foi seguir um homem utilizado como correio por Bin Laden e cuja existência foi detectada em interrogatórios feitos com presos. Estes interrogatórios estão sob suspeita de ter sido realizados através de tortura, o que ameaça colocar a CIA novamente no centro das críticas.

No entanto, por enquanto a instituição se vangloria pelo sucesso de ter encontrado o homem mais procurado do mundo e de ter apreendido materiais que, acredita-se, darão valiosas informações sobre o funcionamento e os planos da Al-Qaeda.

A operação, supervisionada pela CIA, mas executada por um comando SEAL que invadiu a casa de Bin Laden, também mostrou os laços estreitos entre a agência e os militares, que foram sendo construídos desde os atentados de 2001.

"A operação entra na categoria das mais emblemáticas dos anais das forças especiais", afirma Hoffman.

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