Mundo

Morte da rainha: corte de gás russo e inflação de 20% em 2023 tornam cenário sombrio

Elizabeth II se despede de reinado de 70 anos em meio a uma das piores crises dos últimos 40 anos no Reino Unido; país corre risco de entrar em recessão, segundo a Câmara de Comércio Britânica

Rainha Elizabeth II: despedida de reinado de 70 anos em meio à crise (John Stillwell/Pool/Reuters)

Rainha Elizabeth II: despedida de reinado de 70 anos em meio à crise (John Stillwell/Pool/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 8 de setembro de 2022 às 15h33.

Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 15h45.

A Rainha Elizabeth II se despede de um reinado de 70 anos em meio a uma crise de energia provocada pela redução do fornecimento de gás russo e uma inflação que deve chegar a 20% no início do ano que vem, em um inverno pouco amistoso, segundo estimativas de instituições financeiras. Em julho, o aumento do custo de vida bateu 10,1%, a taxa mais alta dos últimos 40 anos.

LEIA TAMBÉM:

Charles se torna novo rei do Reino Unido; veja seu primeiro pronunciamento

O que muda com a morte da rainha Elizabeth II?

Estimativas do Goldman Sachs e do Citi apontam para uma inflação de 18% ou 20% no ano que vem, em função da alta no gás natural e do preço dos alimentos. O Reino Unido e o continente europeu de uma forma geral enfrentam uma crise desde o início da guerra da Ucrânia e as sanções à Rússia -- Moscou tem reiterado a ameaça de cortar completamente o fornecimento de gás caso a União Europeia insista em colocar um teto de preços sobre o gás.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo toda manhã no seu e-mail. Cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

As projeções foram ajustadas depois dos aumentos no preço do gás, de mais de 25% em agosto, e dos custos crescentes de energia elétrica. Em outubro, as contas de energia elétrica pagas pelas famílias devem chegar a 3.700 libras, em média, acima das estimativas iniciais de 3.500 libras. Em janeiro, os britânicos devem pagar cerca de 4.500 libras para ligar as luzes e aquecer a casa. As estimativas vêm sendo revistas para cima com a escalada da crise do setor de energia -- a Gazprom, estatal russa de gás e petróleo, anunciou que deve suspender os contratos com os clientes europeus.

A primeira-ministra Liz Truss, que assumiu o cargo no último dia 5, estuda medidas para lidar com a crise. Estão sobre a mesa propostas como um auxílio de 400 libras por mês por família. Truss foi nomeada a nova líder do governo britânico pela Rainha Elizabeth II nesta terça, dia 06, no Palácio de Balmoral, na Escócia.

Nesta quarta, dia 08, Truss anunciou um pacote que inclui o congelamento de preços de energia por dois anos para as famílias. O governo também analisa um auxílio de seis meses, que não foi detalhado, para empresas, escolas e hospitais. 

O país corre o risco de entrar em recessão ao longo do segundo semestre, com contrações consecutivas do PIB. Ainda assim, a economia deve crescer cerca de 3% este ano, de acordo com a Câmara de Comércio Britânica. Para conter a inflação, o Banco da Inglaterra deve elevar a taxa de juros para 4,5% no ano que vem.

Veja também:

 

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:GásInflaçãoRainha Elizabeth IIRecessãoReino UnidoRússia

Mais de Mundo

Rússia forneceu mísseis antiaéreos à Coreia do Norte em troca de tropas, diz diretor sul-coreano

Musk e Bezos discutem no X por causa de Trump

Otan afirma que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia

Líder da Coreia do Norte diz que diálogo anterior com EUA apenas confirmou hostilidade entre países