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Morte após briga entre torcedores causa luto e indignação

A morte de um torcedor em uma briga antes de partida no domingo gerou grande indignação na Suécia

Policiais tentam controlar invasão de campo durante jogo na Suécia: torcedores invadiram o campo aos gritos de "assassinos" depois de saberem da tragédia (Bjorn Lindgren/TT News Agency/Reuters)

Policiais tentam controlar invasão de campo durante jogo na Suécia: torcedores invadiram o campo aos gritos de "assassinos" depois de saberem da tragédia (Bjorn Lindgren/TT News Agency/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 16h58.

Copenhague - A morte de um torcedor do Djurgarden, da Suécia, em uma briga antes da partida do último domingo contra o Helsingborg, que causou a suspensão do duelo válido pela primeira rodada da primeira divisão sueca, gerou grande indignação no país.

A partida foi interrompida aos 41 minutos do primeiro tempo, quando o jogo estava empatado em 1 a 1, e os torcedores da equipe visitante invadiram o campo aos gritos de "assassinos" depois de saberem da tragédia.

"Dia negro", "tragédia" e "tristeza" foram alguns dos termos escolhidos pelos meios de comunicação, atletas e políticos para classificar a morte do torcedor na região central da cidade de Helsingborg, ao sul do país, um fato que a polícia investiga como homicídio.

O órgão de segurança afirmou que foram interrogados entre 30 e 40 pessoas, e há um indivíduo considerado parcialmente suspeito que foi posto em liberdade.

De acordo com as testemunhas citadas pelo jornal "Aftonbladet", o torcedor foi atacado quando a torcida visitante se deslocava para o estádio. Na briga, ele foi atingido na nuca com uma garrafada e, quando caiu no chão, levou socos e chutes.

As capas dos jornais do país foram quase que exclusivamente dedicadas à tragédia. "Suficiente, já basta", "Um desastre para o futebol sueco", "Aqui mataram um pai" e "Era um pai normal que amava o futebol", foram algumas das manchetes sobre o incidente que só tem um precedente similar no país.

Ele aconteceu em 2002, quando um torcedor do IFK Göteborg morreu em uma briga com torcedores do AIK em Estocolmo. Porém, os confrontos violentos e outras formas de vandalismo são um fenômeno crescente no futebol sueco nos últimos anos.


"O mais trágico é que a questão não era se a violência no esporte sueco ia resultar em uma segunda vítima, mas quando isso iria acontecer", escreveu o jornal "Dagens Nyheter".

Os presidentes dos clubes da primeira divisão da Suécia, a federação de futebol do país e a associação de torcedores locais pediram em uma carta aberta o fim da violência.

Os pedidos de maior vigor no combate à violência se misturam a críticas direcionadas a políticos que foram chamados pelo presidente do Malmo, Hakan Jeppeson, de "medrosos".

Björn Eriksson, delegado de polícia e coordenador sobre assuntos de violência no esporte na Suécia, recebeu a missão de fazer um relatório em busca de solução para reduzir o problema. Porém, ele reclamou que das cinco propostas apresentadas há um ano, só uma foi aprovada.

A ministra dos Esportes, Lena Adelsohn Liljeroth, sugeriu hoje proibição da presença das torcidas visitantes nos estádios, como já foi feito recentemente em uma partida de hóquei no gelo.

No entanto, a polêmica provocada pela sua ideia a obrigou, horas depois, a dizer que era uma medida drástica, e que não se trata de uma questão política, mas da federação de futebol.

Henrik "Henke" Larsson, ex-jogador do Barcelona e que agora é técnico do Falkenberg, afirmou que tanto os torcedores como a sociedade devem assumir suas parcelas de responsabilidade.

"É hora de as pessoas começarem a acordar, porque eu não quero isso nem no futebol sueco, nem em nenhum outro", disse.

Centenas de torcedores do Djurgarden se reuniram ontem à noite em frente ao seu estádio em Estocolmo para deixar velas, camisas e flores como forma de homenagear o torcedor falecido. Já a torcida do Helsingborg organizou hoje uma manifestação contra a violência no futebol, na praça onde aconteceu o incidente.

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