Criança em Mianmar: em torno de 800 mil muçulmanos da etnia rohingya vivem em Mianmar (AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2012 às 13h44.
Bangcoc - As autoridades birmanesas subiram para 50 nesta quinta-feira o número de mortos causados pelo aumento da violência sectária na região do oeste de Mianmar, aonde foram enviadas tropas de reforço.
Além disso, cerca de meia centena de pessoas ficou ferida e mais de 1 mil casas foram incendiadas nos distúrbios registrados desde o domingo em várias aldeias do estado Rakhine, vizinha de Bangladesh, disse o chefe de comunicação do governo, Myo Than.
Em uma tentativa de evitar que aconteçam novos enfrentamentos de intolerância, as autoridades mantiveram o toque de recolher nas aldeias de Mrauk U e Minbya, origem dos atos violentos que depois se estenderam a outras localidades.
Myo Than explicou que, embora a polícia tenha restabelecido a segurança, o governo deu ordem de enviar tropas de reforço à região, na qual a onda de violência que começou em 28 de maio deixou 88 mortos, a maioria de muçulmanos da etnia rohingya.
O estopim daquela primeira onda de violência, que também destruiu 2.230 casas e cerca de 100 mil pessoas fugiram das aldeias, foi o fato de encontrarem o cadáver de uma mulher budista estuprada e morta por três muçulmanos.
Em torno de 800 mil muçulmanos da etnia rohingya vivem em Mianmar, a maioria em Rakhine, embora as autoridades do país, de maioria budista, não reconheçam sua cidadania e afirmem que eles procederam de Bangladesh.
A comunidade apátrida também não é reconhecida em Bangladesh, onde cerca de 300 mil rohingya estão aglomerados em campos de refugiados.