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Morrem 66 pessoas na Síria, entre elas 12 desertores

Há duas semanas, o reduto opositor de Homs está sendo alvo do Exército sírio, o que causou centenas de mortos

Os vídeos divulgados pela internet mostram as ruas da cidade totalmente vazias e edifícios que são destruídos pelo impacto das bombas
 (AFP)

Os vídeos divulgados pela internet mostram as ruas da cidade totalmente vazias e edifícios que são destruídos pelo impacto das bombas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 19h43.

Cairo - Pelo menos 66 pessoas morreram nesta sexta-feira em diferentes atos de violência e protestos na Síria, entre elas 12 soldados desertores que foram executados no sul do país, informaram os opositores Comitês de Coordenação Local.

As forças de segurança abateram os desertores em um posto de controle frente a um hospital na província meridional de Deraa, onde outras 14 pessoas morreram, disse o grupo opositor em comunicado.

Além destes mortos, outros 15 perderam a vida na cidade de Homs, no centro da Síria, como consequência dos intensos bombardeios registrados em vários bairros.

Uma testemunha, que se identificou como Basel Fouad, explicou à Agência Efe que as tropas do regime começaram a lançar projéteis e morteiros de forma indiscriminada contra as casas nestas regiões.

Fouad acrescentou que os habitantes estão refugiados e não podem sair por medo dos franco-atiradores.

Os vídeos divulgados pela internet mostram as ruas da cidade totalmente vazias e edifícios que são destruídos pelo impacto das bombas.

Há duas semanas, o reduto opositor de Homs está sendo alvo do Exército sírio, o que causou centenas de mortos e colocou a cidade em uma situação de 'crise humanitária', segundo os opositores, que alertaram nesta sexta-feira para um aumento significativo dos bombardeios.

Além disso, outras seis pessoas morreram em Damasco, cinco na província de Dir Zur (leste), cinco em Aleppo (norte), cinco em Hama (centro), três em Idleb e três nos arredores da capital, acrescentaram os Comitês de Coordenação Local.


Sob o lema da 'Resistência popular', os opositores ao regime sírio voltaram a sair nesta sexta-feira às ruas de distintas cidades apesar da repressão das forças da ordem.

Nos bairros de Mezze e Artuz, dentro e fora da capital, respectivamente, as forças armadas dispararam e feriram dezenas de civis que saíam de várias mesquitas para se manifestar depois da oração, enquanto foram ouvidas fortes explosões.

Em Dir Zur, os membros de segurança perseguiram os manifestantes e prenderam vários deles, incluindo um imã.

Os protestos também aconteceram na cidade de Aleppo e em Hama, no centro do país, onde a Polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os opositores, segundo os Comitês.

A nova onda de violência acontece horas depois de a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovar uma resolução que condena a violência que o regime da Síria exerce sobre a população civil.

Além disso, o principal órgão representativo da ONU - onde não existe poder de veto e as resoluções não são vinculativas - exigiu que o presidente sírio, Bashar al Assad, cumpra o plano de transição proposto pela Liga Árabe para delegar seus poderes, apesar da oposição da Rússia e da China.

Desde que começaram os protestos em março, mais de 5 mil pessoas morreram na Síria, segundo divulgou a Organização das Nações Unidas em janeiro, mas os opositores ampliam esse número para 7 mil enquanto o regime acusa supostos grupos terroristas de estarem por trás da violência. 

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