O corpo será levado para Tolstoi-Yurt, seu povoado natal na Chechênia (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 20h41.
Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 20h45.
Ruslan Khasbulatov, o último presidente do Soviete Supremo da Rússia — equivalente ao Parlamento russo no período soviético — e antigo aliado de Boris Yeltsin, morreu aos 80 anos, anunciou uma emissora estatal russa.
Khasbulatov era de origem chechena e morreu em sua casa, na periferia de Moscou, reportou a emissora, que citou familiares do falecido.
O militante defensor de direitos humanos Alexander Cherkasov confirmou que Khasbulatov morreu nesta terça, mas não detalhou as causas.
Seu corpo será levado para Tolstoi-Yurt, seu povoado natal na Chechênia (no Cáucaso), onde será enterrado, informou Cherkasov no Facebook.
Após o colapso da União Soviética, em 1991, Khasbulatov, que na época era um colaborador próximo de Yeltsin (que assumiu a Presidência da Rússia após a renúncia de Mikhail Gorbachev), foi designado como presidente do Soviete Supremo da Rússia, cargo que ocupou entre julho de 1991 e outubro de 1993.
Tanto Khasbulatov como Yeltsin se opuseram ao golpe de Estado de agosto de 1991, liderado pela linha-dura do Partido Comunista contrária às reformas de Gorbachev. Contudo, os dois entraram em rota de colisão no fim daquele ano.
O impasse entre Yeltsin e o chefe do Legislativo escalou até o ponto em que o primeiro enviou tanques contra o parlamento em outubro 1993, que acabou sendo dissolvido depois.
Posteriormente, Khasbulatov acabou preso, por um curto período de tempo, junto com outros líderes do parlamento.
Após se beneficiar de uma anistia concedida pelo novo parlamento eleito em 1994, Khasbulatov decidiu encerrar sua carreira política.
"Yeltsin arruinou a minha vida", lamentou Khasbulatov em 2014, em declarações ao jornal Argumenty i Fakty.
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