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Morre ex-presidente da Guatemala Álvaro Arzú

Atual prefeito da cidade da Guatemala, Arzú tinha 72 anos e sofreu um infarto

Álvaro Arzú: ex-presidente da Guatemala  (Zoraida Diaz/Reuters)

Álvaro Arzú: ex-presidente da Guatemala (Zoraida Diaz/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de abril de 2018 às 10h07.

O ex-presidente guatemalteco e atual prefeito da Cidade da Guatemala, Álvaro Arzú, que firmou os tratados de paz neste país, faleceu na última sexta-feira, aos 72 anos, vítima de um infarto.

Arzú estava jogando golfe quando sofreu o infarto e foi levado a um hospital, onde morreu.

A vereadora Rosa María Botrán confirmou a morte do político, que como o presidente firmou os acordos de paz de 29 de dezembro de 1996 para acabar com 36 anos de guerra civil que deixou cerca de 200.000 vítimas entre mortos e desaparecidos, segundo a ONU.

"A Guatemala perdeu um grande homem, que dedicou sua vida a servir. Estadista, líder e um verdadeiro amigo", escreveu no Twitter o presidente Jimmy Morales.

Arzú era um destacado e polêmico político que foi eleito prefeito da Cidade da Guatemala em cinco ocasiões, sendo três consecutivas.

Arzu foi velado durante a noite na capital e neste sábado o seu corpo será transferido para o funeral no Palácio Nacional da Cultura, antiga sede do governo.

No domingo será levado para a prefeitura e depois enterrado em um cemitério particular.

O governo dos Estados Unidos lamentou a morte do prefeito e disse que ele era "um líder que teve muitos acertos no país durante sua ilustre carreira política", de acordo com um comunicado da sua embaixada em Guatemala.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, também expressou solidariedade à família e disse que "como presidente e prefeito da Cidade de Guatemala, promoveu a relação entre os dois países, fomentando a proximidade e afeto", escreveu no Twitter.

O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, também expressou suas condolências através da rede social.

Arzú também foi chanceler durante o governo do ex-presidente Jorge Serrano Elías (1990-93), exilado no Panamá depois de um auto-golpe de Estado.

Como chanceler, Arzú assinou a independência da ex-colônia britânica de Belize, ainda que entre os dois países persista um litígio territorial centenário que agora tenta ser resolvido no Tribunal Internacional de Haia.

O Ministério Público guatemalteco o tinha na mira há meses e o acusava de corrupção e financiamento ilícito eleitoral nas eleições de 2015.

Mas em março passado, um Tribunal de Apelações da capital rejeitou retirar o foro privilegiado de Arzú, conforme solicitado pelo Ministério Público e pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), órgão ligado à ONU, em outubro.

Segundo a procuradora-geral Thelma Aldana, o prefeito recebeu bens e serviços de uma empresa entre 2013 e 2015 para sua campanha política, mas que foram pagos com fundos municipais.

A empresa era de propriedade do capitão aposentado Byron Lima, que foi morto em julho de 2016 durante uma rebelião na prisão onde estava detido após ter sido condenado pela morte do renomado bispo Juan Gerardi em 1998, que ocorreu durante o governo de Arzú.

Geralmente prepotente e pouco afeito a declarações à imprensa, Arzú era um aliado do presidente Morales, que também enfrenta acusações de financiamento ilícito eleitoral em 2015, quando venceu as eleições.

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