Evo Morales: presidente anunciou uma "reunião de emergência" na segunda-feira com os sindicatos que o apoiam para "planejar a defesa da democracia" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de novembro de 2019 às 06h27.
Última atualização em 4 de novembro de 2019 às 06h29.
São Paulo — Em meio à escalada dos conflitos diante das polêmicas eleições na Bolívia, o presidente boliviano Evo Morales rejeitou neste domingo pedidos da oposição para que ele renuncie e disse que o país deve esperar por uma auditoria internacional sobre as disputadas eleições.
"É um golpe de estado em andamento, é uma conspiração aberta, não querem reconhecer o voto indígena", disse o presidente boliviano a uma rádio, em La Paz. "Não tenho medo, não tenho nada a esconder, que provem a fraude. Os opositores procuram mortos para me culpar. O melhor é esperar a auditoria eleitoral internacional da OEA" (Organização dos Estados Americanos), disse.
A pedido do governo, uma comissão da OEA começou na última sexta-feira uma auditoria eleitoral, mas líderes da oposição disseram que desconfiam desse trabalho e querem uma nova eleição. Morales disse esperar que o relatório da missão "seja técnico-legal e não político".
O líder oposicionista Luis Fernando Camacho pediu a renúncia de Morales depois da morte de dois manifestantes opositores, em protestos ocorridos após as eleições presidenciais de 20 de outubro, que deram vitória a Morales em primeiro turno, para um quarto mandato. Os críticos dizem que sua reeleição violou os limites constitucionais do mandato.
Morales anunciou uma "reunião de emergência" na segunda-feira com os sindicatos que o apoiam para "planejar a defesa da democracia".