Mundo

Morales perdeu oportunidades de concluir mandato, diz Secretário da OEA

Para o secretário-geral da OEA, Morales "tinha a responsabilidade com o povo boliviano de realizar um processo eleitoral justo"

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro (Orlando Sierra/AFP/AFP)

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro (Orlando Sierra/AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 17 de novembro de 2019 às 15h17.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, considerou que o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, perdeu "muitas oportunidades" para concluir seu mandato antes de renunciar em meio a manifestações.

"Ele possuía um imenso legado político baseado em ter sido o primeiro presidente indígena da Bolívia e por toda a construção social em que havia trabalhado. E atirou ao mar todo esse legado", descartando a oportunidade de "voltar para casa com satisfação dever cumprido", disse Almagro ao jornal mexicano Excélsior em entrevista divulgada no sábado.

Segundo o diplomata uruguaio, Morales "teve muitas oportunidades" de deixar a presidência.

"Nem deveria ter feito esse referendo", acrescentou Almagro, referindo-se à consulta popular de 2016 com a qual Morales pretendia modificar a Constituição boliviana para permitir a reeleição indefinida, uma proposta que não obteve os votos necessários.

Morales, no entanto, conseguiu uma nova candidatura após parte do Tribunal Constitucional autorizar.

Para o secretário-geral da OEA, Morales "tinha a responsabilidade com o povo boliviano de realizar um processo eleitoral justo, transparente, claro e justo e não foi capaz de dar isso ao povo boliviano (...) a partir daí, ele foi responsável pelo que aconteceu", disse Almagro ao jornal mexicano.

"Está na hora de [Morales] sair tranquilo e passar seu exílio tranquilo, e espero que um dia ele possa voltar tranquilamente à Bolívia", disse Almagro.

Acompanhe tudo sobre:BolíviaEvo MoralesOEA

Mais de Mundo

Avião com 64 pessoas e helicóptero militar dos EUA colidem no ar em Washington, D.C

Trump diz que enviará imigrantes para prisão em Guantánamo

'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano

Governo Trump desiste de corte de repasses que barrou ao menos US$ 1 trilhão em recursos