Evo Morales: boliviano ironizou a presidente interina da Bolívia (Carlos Jasso/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 20h18.
Buenos Aires — O ex-presidente da Bolívia Evo Morales afirmou nesta quarta-feira que a decisão do Ministério Público de expedir um mandado de prisão contra ele é "injusta, ilegal e inconstitucional".
Da Argentina, onde está desde a semana passada após apresentar um pedido de refúgio ao governo de Alberto Fernández, Morales ironizou o governo interino de Jeanine Áñez, responsável pelas acusações que levaram o Ministério Público a pedir sua prisão.
"Depois de 14 anos da nossa revolução o melhor presente que recebi desse governo é uma ordem de prisão injusta, ilegal e inconstitucional. Não me assusta. Enquanto tenha minha vida, seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma Bolívia livre e soberana", escreveu o ex-presidente no Twitter.
Pouco antes, o ministro interino de Governo da Bolívia, Arturo Murillo, compartilhou no Twitter uma foto do mandado de prisão contra a Morales.
A presidente interina da Bolívia apresentou em novembro uma denúncia contra Evo por considerar que ele estava incitando a violência contra o governo provisório a partir do México, onde se refugiou depois de renunciar ao cargo por pressão das Forças Armadas.
A denúncia se sustenta em provas contestadas pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido liderado pelo ex-presidente. Uma delas é um vídeo na qual é possível ouvir uma voz atribuída a Morales pedindo para que um aliado mantivesse o bloqueio às cidades do país para impedir a entrada de alimentos.
No entanto, a autenticidade das imagens ainda não foi confirmada por fontes independentes.
Morales chegou à Argentina na última quinta-feira, dois dias depois da posse de Fernández, e fez um pedido de refúgio à Direção Nacional de Migrações. O caso ainda está sendo analisado pelo Ministério do Interior.
Caso receba status de refugiado, o que deve ocorrer já que a Argentina considera Morales como um perseguido político, ex-presidente boliviano não poderá ser extraditado de volta ao seu país. EFE