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Moradores limpam casas e temem novas inundações em Xerém

A maioria passou as últimas 24 horas quase sem dormir, tentando reorganizar o que restou de suas vidas


	Homem tira lama de dentro de sua casa: os moradores se dedicam à limpeza das casas atingidas pela chuva e pela cheia do Rio Capivari
 (Fotorepórter Vladimir Platonov/ABr)

Homem tira lama de dentro de sua casa: os moradores se dedicam à limpeza das casas atingidas pela chuva e pela cheia do Rio Capivari (Fotorepórter Vladimir Platonov/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 13h24.

Rio de Janeiro – No dia seguinte ao temporal que arrasou boa parte de Xerém (distrito de Duque de Caxias), os moradores se dedicam à limpeza das casas atingidas pela chuva e pela cheia do Rio Capivari, que carregou praticamente tudo o que estava na frente, durante a madrugada de ontem (3).

A maioria passou as últimas 24 horas quase sem dormir, tentando reorganizar o que restou de suas vidas. A aposentada Adelir Chagas Macedo, viúva há poucos meses, não quer mais voltar para a casa, atingida pela correnteza. “A casa está estalando, pode desabar. Tenho medo de voltar ali”, disse ela, que morava a 5 metros do rio. “Agora eu não tenho mais nada. Perdi sapatos, roupas, tudo”, lamentou Adelir.

No mesmo terreno, mora seu filho Rogério Chagas Macedo, que a acordou quando a água já estava com mais de 1 metro de altura. “Nunca vi nada igual em 25 anos que moro aqui. O rio virou um mar”, contou ele, que trabalha como impermeabilizador.

No imóvel ao lado, a dona de casa Monique dos Santos Freitas tentava tirar com uma vassoura a água e a lama que tomaram conta de tudo. Apesar de ter perdido parte dos móveis e dos aparelhos eletrônicos, ela não reclamou da sorte: “Estamos bem. Tem pessoas em pior condição. Vamos batalhar e correr atrás do prejuízo.”

O vizinho Natanael Anunciação da Costa, que trabalha como servente de obras, perdeu praticamente tudo o que havia dentro de casa, quando o rio arrancou uma das paredes e levou tudo correnteza abaixo. No interior do imóvel, só restou um guarda-roupas e o carrinho do filho mais novo, de 3 meses de idade, além de um monte de areia. “Tenho que reconstruir a vida. Não sei nem como. Mas tenho que reconstruir.”

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