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Monti acaba com a era das 'festas bunga bunga' de Berlusconi

Novo primeiro-ministro italiano reuniu apenas dez familiares em sua ceia de ano novo, em contraste com as festas dadas pelo antecessor

Mario Monti respondeu com bom humor as acusações de que teria gasto muito dinheiro na festa de fim de ano (Alberto Pizzoli/AFP)

Mario Monti respondeu com bom humor as acusações de que teria gasto muito dinheiro na festa de fim de ano (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 16h27.

Roma - A era das festas com jovens beldades protagonizada pelo multimilionário ex-chefe de governo Silvio Berlusconi, acabou na Itália depois da sobriedade imposta pelo novo chefe de governo, Mario Monti, para o Ano Novo.

Acusado por um senador do movimento populista de direita Liga Norte de realizar festas mundanas na sede do governo em Roma no Ano Novo, Monti divulgou um comunicado em que descreveu o jantar familiar, preparado e servido por sua esposa na presença apenas de parentes: filhos, netos e cunhado, em um total de 10 pessoas.

A denúncia do senador Roberto Calderoli, conhecido por suas provocações contra a "custosa" festa de Monti, lembrou os italianos "dos excessos" de seu predecessor Berlusconi, envolvido em vários escândalos por contratar prostitutas de luxo para suas festas privadas e processado por prostituição com menores de idade.

O estilo austero de Monti contrasta claramente com o do multimilionário Berlusconi, que contava com extravagantes meios para suas festas, usava aviões para transportar suas convidadas e costumava recebê-las em suas mansões particulares porque considerava a sede de governo "triste e velha".

Com um toque de humor, o comunicado de Monti descreve em detalhes os gastos da ceia, os participantes, o fato de que a esposa não apenas fez as compras como também serviu a comida, "evitando assim empregar pessoal" essa noite.

Também "agradece" a Calderoli por lembrar os italianos que seria "inoportuno e insultante" fazer festas usando estruturas e pessoal do Estado nesses dias em que se pede duros sacrifícios econômicos.

Monti, que renunciou ao salário de chefe de Governo e ministro da Economia, esclareceu no comunicado que o jantar aconteceu "das 20h00 a 00h15 e participaram Mario Monti, a esposa, a filha, a irmã de Monti com o esposo e quatro netos com idades de um a seis anos".

Todos os convidados chegaram a Roma com seus próprios meios, ficaram em um hotel em frente ao Parlamento, "pago por eles mesmos", e o custo da tradicional ceia com lentilhas e linguiça "ficou a cargo" do chefe do governo, detalha a nota.

O comunicado lembra também que Monti costuma viajar de trem para sua residência de Milão (norte) e não de avião, respeitando assim o princípio de contenção de gastos exigido de todos os italianos.

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