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Momentos de intimidade para coreanos separados pela guerra

Centenas de idosos coreanos compartilharam os primeiros momentos de intimidade em mais de 60 anos em um encontro de famílias separadas pela guerra

Sul-coreanos se preparam para cruzar a fronteira para o Norte: idosos tentaram recuperar seis décadas de ausência (Ed Jones/AFP)

Sul-coreanos se preparam para cruzar a fronteira para o Norte: idosos tentaram recuperar seis décadas de ausência (Ed Jones/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 08h50.

Seul - Centenas de idosos coreanos compartilharam nesta sexta-feira durante algumas horas no monte Kumgang, Coreia do Norte, os primeiros momentos de intimidade em mais de 60 anos em um encontro de famílias separadas pela guerra.

Depois de reencontros comoventes e em alguns casos traumáticos na quinta-feira diante das câmeras de televisão, os envolvidos foram autorizados a passar três horas em seus quartos.

Apesar da emoção e do pouco tempo, já que as famílias devem voltar a separar-se no sábado, os idosos tentaram recuperar seis décadas de ausência, saudade e angústia em poucas horas.

Febris, com frequência em estado frágil e enfermos, os idosos tocavam os rostos dos parentes e passavam rapidamente dos sorrisos às lágrimas.

Esta é a primeira reunião de famílias coreanas separadas pela guerra (1950-1953) desde 2010. O encontro foi possível após duras negociações entre as autoridades de Seul e Pyongyang.

A Coreia do Norte concordou com o acordo. O país exigiu, sem sucesso, a anulação dos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos previstos para começar na próxima segunda-feira.

Sob pressão crescente dos Estados Unidos, que desejam a suspensão do programa nuclear norte-coreano, a China, principal aliado de Pyongyang, elogiou o reencontro das famílias, que segundo Pequim tem "grande importância".

"É um passo adiante significativo que vai no bom caminho", afirmou a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

Para ela, o evento favorece "a estabilidade e a paz na região".

Pouco depois do reencontro, sul-coreanos e norte-coreanos deverão separar-se no sábado, praticamente com a certeza de que não terão outra possibilidade de reunião.

"Será nossa primeira e última reunião", lamentou Kim Dong-nin, antes mesmo de viajar de Seul.

No domingo, 88 norte-coreanos se reunirão com 361 familiares do Sul. O reencontro deve prosseguir até terça-feira.

Em estado de confronto quase permanente, as duas Coreias seguem tecnicamente em guerra. Os países não assinaram um tratado de paz depois do armistício de 1953.

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