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Mogherini diz que EUA têm mais força quando trabalha com aliados

A chefe da diplomacia europeia indicou que uma política baseada em "EUA primeiro", como defende Trump, poderia ser se isso for confundido com "EUA sozinho"

Federica Mogherini: a chefe da diplomacia europeia participa hoje de um encontro de 68 países que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico (EI) (Laurent Dubrule/ Reuters/Reuters)

Federica Mogherini: a chefe da diplomacia europeia participa hoje de um encontro de 68 países que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico (EI) (Laurent Dubrule/ Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de março de 2017 às 15h57.

Washington - A alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, ressaltou nesta quarta-feira em Washington que seria um "erro" interpretar "EUA primeiro" como "EUA sozinho", já que os interesses do país norte-americano têm mais forças quando trabalha com seus aliados.

Mogherini indicou que uma política baseada em "EUA primeiro", como defendeu o presidente americano Donald Trump, não é um problema, mas poderia ser se isso for confundido com "EUA sozinho".

"Acredito que isto seria um erro, em primeiro lugar, para os interesses dos EUA. E sei que muitos americanos pensam o mesmo, incluído dentro do próprio governo. Discuti esse assunto com meus interlocutores muitas vezes", afirmou Mogherini em entrevista à emissora "Fox" dentro de sua visita aos EUA.

A alta representante europeia aproveitou sua visita a Washington para manter encontros no Congresso com o senador democrata Tim Kaine, e o representante democrata Eliot L. Engel; e na Casa Branca, com H.R McMaster, assessor presidencial de segurança nacional, e com o vice-presidente Mike Pence.

"Minha relação de trabalho com o secretário de Estado, Rex Tillerson, com o secretário de Defesa, James Mattis, com o vice-presidente Pence, e com os legisladores no Capitólio foi boa", insistiu.

Precisamente, na terça-feira a Casa Branca confirmou que Trump realizará sua primeira viagem internacional a Bruxelas para participar da cúpula de chefes de Estado e do governo da Otan em 25 de maio, em um momento de tensões com a organização pelas críticas do líder americano a seus membros pela baixa despesa militar.

Mogherini não quis avaliar os recentes decretos de Trump correspondentes à proibição de viagem para cidadãos de seis países de maioria muçulmana, atualmente bloqueados pela Justiça americana, mas reconheceu que "há decisões políticas nos EUA e na Europa que podem dar argumentos a um discurso radical".

"Por isso é tão importante basear nossas políticas nos direitos humanos dos indivíduos, sem caracterizá-los por sua religião, etnia ou nacionalidade", acrescentou.

A chefe da diplomacia europeia participa hoje de um encontro de 68 países que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico (EI), e no qual, segundo o Departamento de Estado, espera que surjam "novas ideias" para combater o grupo jihadista.

Por fim, Mogherini falou da saída do Reino Unido da UE, conhecida como "Brexit", cujas negociações começarão em 29 de março, e que Trump aplaudiu e assinalou que terá efeitos positivos para os britânicos.

"Tenho a impressão de que o processo será mais difícil para o Reino Unido do que para o resto da UE", disse Mogherini ao remarcar que os outro spaíses-membros estão "investindo mais" na UE com as conversas atuais para ampliar a integração ao bloco europeu "de países dos Bálcãs".

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