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Moeda forte leva indústria a considerar saída do Japão

Valorização do iene fez com que lucros das empresas começasse a baixar, o que pode fazer com que algumas unidades sejam transferidas

Banco Central japonês (BOJ): 40% das empresas entrevistadas disseram que terão de mudar seus locais de produção para o exterior se iene continuar forte (Arquivo/AFP)

Banco Central japonês (BOJ): 40% das empresas entrevistadas disseram que terão de mudar seus locais de produção para o exterior se iene continuar forte (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Tóquio - Grandes empresas de manufaturas japonesas consultadas pelo Ministério de Economia, Indústria e Comércio do país afirmam que a força do iene está reduzindo seus lucros, o que leva algumas delas a considerar a possibilidade de levar suas unidades de produção para o exterior.

Trata-se do mais recente sinal de que o aumento da moeda está pesando sobre a recuperação econômica do país, cuja economia se sustenta nas exportações.

Em pesquisa com 200 empresas de todos os setores e tamanhos publicada pelo ministério este mês, 65% das grandes indústrias dizem que seus lucros foram prejudicados pela valorização do iene em relação ao dólar, bem acima do total de 16% verificado na pesquisa de maio. Quando o câmbio se refere ao euro, 56% das companhias afirmam que seus lucros foram afetados, ante 35% em maio.

A pesquisa também mostrou que as indústrias estão buscando caminhos para reduzir o impacto econômico da moeda mais forte, com 40% dizendo que terão de mudar sua produção e centros de desenvolvimento para o exterior se o dólar continuar na faixa de 85 a 86 ienes. Os resultados da pesquisa ecoam a recente insatisfação entre os grandes exportadores quanto ao impacto do iene forte, que reduz os lucros obtidos no exterior quando ingressam no Japão e também aumenta os custos relativos dos produtos fabricados no país.

Algumas empresas consultadas na pesquisa também afirmaram que a força do iene, combinada com o won sul-coreano desvalorizado, está levando a uma grande desvantagem competitiva do Japão em relação à Coreia do Sul. A pesquisa foi realizada entre 11 e 24 de agosto, por telefone e em entrevistas presenciais. As informações são da Dow Jones.

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