Emmerson Mnangagwa: "Hoje, assistimos ao início de uma nova democracia" (Mike Hutchings/Reuters)
AFP
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 16h43.
Emmerson Mnangagwa, que se prepara para suceder Robert Mugabe na presidência do Zimbábue, anunciou nesta quarta-feira o "início de uma nova democracia", em seu primeiro discurso desde o início da crise.
"Hoje, assistimos ao início de uma nova democracia", lançou, sorrindo, a centenas de pessoas reunidas em frente à sede do partido no poder, o Zanu-PF, na capital Harare.
Prometendo "servir ao povo", o ex-vice-presidente de 75 anos, que deve assumir na sexta-feira a presidência do país, apelou "a todos os patriotas a trabalhar juntos".
"Queremos o crescimento de nossa economia, queremos empregos", disse, enquanto o Zimbábue enfrenta um desemprego em massa, uma crise de liquidez e um endividamento crescente.
Cacique do regime de Mugabe, voltou a dizer que decidiu partir ao exílio por temer por sua segurança depois de ter sido expulso do governo em 6 de novembro após um confronto com a primeira-dama, Grace Mugabe.
Ele agradeceu ao exército que, após sua destituição, interveio na noite do dia 14 de novembro, sem violência.
Antigo pilar do aparato de segurança estatal, revelou ter estado "em permanente contato" com os líderes do exército durante a crise.
Sob pressão dos militares, das ruas e de seu partido, Robert Mugabe, de 93 anos, concordou na terça-feira renunciar depois de trinta e sete anos no comando do país.
"As tentativas de descarrilar este processo foram intensas", assegurou Emmerson Mnangagwa, também conhecido como "ED" ou "crocodilo".
Vestido com um terno azul-real, cumprimentou a multidão com o punho levantado depois de ser apresentado como "o presidente do Zimbábue".