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MIT recebe catadores de óleo de cozinha para workshop

Objetivo é planejar como será feita a sensibilização da população para o tema da reciclagem do óleo e logística de coleta

Participam do workshop catadores de óleo de cozinha do Brasil e pesquisadores do MIT e da Poli (Stock.XCHNG)

Participam do workshop catadores de óleo de cozinha do Brasil e pesquisadores do MIT e da Poli (Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 12h00.

São Paulo - Entre os dias 11 e 14 de junho, um grupo de brasileiros representantes de cooperativas de catadores de óleo de cozinha estará no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, participando de um workshop em mais uma etapa do Green Grease Project.

O objetivo do workshop é planejar como será feita a sensibilização da população para o tema da reciclagem do óleo e logística de coleta. O projeto conta com a colaboração de pesquisadores e alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP e do MIT, além de representantes do Movimento Nacional dos catadores de materiais recicláveis (MNCR).

O grupo, formado por Marcos Lima, Leiliane Rocha e Carlos Nicolau, catadores representantes de cooperativas; João Ruschel, representante da Rede Catasampa, e Laura Fostinone, consultora local para o tema da sustentabilidade e comunicação, participará de encontros com estudantes, professores e pesquisadores do MIT. Coordenado por Angela Hojnacki, engenheira do MIT, o workshop tem como objetivos a troca de experiências entre brasileiros e universitários, planejamento participativo sobre o plano de negócios, tecnologias de filtragem e beneficiamento do óleo e comunicação do projeto.

Segundo Angela Hojnacki é necessário aumentar o volume de coleta do óleo pelas cooperativas. “Em nossas últimas visitas e entrevistas percebemos que a principal dificuldade é a coleta. Precisamos sensibilizar a população sobre os danos de jogar o óleo de cozinha na pia, no vaso, porque cada litro de óleo de cozinha pode poluir 20 mil litros de água. Além de ser uma excelente alternativa de negócio para a inclusão social de mais catadores”, diz.


De acordo com Laura Fostinone, “o mercado de reciclagem de óleo é bastante competitivo, pois o óleo de cozinha usado serve como matéria prima para produção de tintas, ração animal e, principalmente, biodiesel. É importante que as pessoas percebam que, ao doar o óleo de cozinha usado a uma cooperativa e não a uma empresa recicladora, ajudará para a proteção de mananciais, inclusão social e geração de renda de muitas famílias”.

Laura conta que os alunos da Poli participam ativamente do projeto. “Por conta de prazos de visto dos catadores e das aulas dos estudantes, tivemos que dividir a viagem em duas turmas. Os alunos da Poli vieram em fevereiro e participaram de um workshop mais focado na questão da tecnologia de filtragem do óleo. Já o workshop desta semana está focado em aumentar o volume de coleta de óleo”, explica.

Videoconferência

Pela Poli, estão participando os alunos Aline Azevedo, da Engenharia Quimica, Walter Volpini e Denis Ferreira, da Engenharia Mecânica, e Pedro Martinez, da Engenharia da Computação. Nesta semana, os alunos da Poli vão participar através do Skype e videoconferência. Posteriormente, em julho, toda a equipe estará reunida em São Paulo.

Até a quinta-feira (14), os catadores Leiliane Rocha, Marcos Lima e Carlos Nicolau poderão compartilhar suas experiências do projeto piloto de filtragem de óleo dentro da cooperativa Cora, Cruma e CoopReciclável. Enquanto João Ruschel, da Catasampa, será responsável por trazer ao grupo uma visão do mercado do óleo usado e modelo de negócios praticado atualmente pelas as cooperativas da Rede Catasampa.


O workshop contará com a presença de Libby McDonald, professora e coordenadora do MIT Colab, além de Pablo Rey, do Media Lab, idealizador das plataformas meipi.org e basurama.org, Alexa Mills, especialista do Colab em mídias para comunidades, Eric Reynolds, do D-Lab, Patricia Molina, especialista em planejamento participativo do Colab, Gusyavo Setrini, cientista político, dentre outros grandes pesquisadores.

MIT CoLab

O Laboratório Community Innovators (MIT CoLab) é um centro para planejamento e desenvolvimento do MIT. O CoLab apoia o desenvolvimento e conhecimento para que comunidades excluídas alcancem o engajamento civil, melhorem práticas comunitárias, informação, mobilização política e geração de renda distribuída.

O MIT Colab acredita que as comunidades podem, por meio do conhecimento compartilhado, trazer mudanças poderosas, inovadoras e a criar mercados que sirvam de suporte para justiça social. CoLab facilita a troca de experiências e recursos entre o MIT, organizações comunitárias e engaja estudantes a serem praticantes desta abordagem para mudança social nas comunidades e sustentabilidade.

O projeto conta com recursos do Banco Itaú. Além do MIT, o projeto conta com a participação de pesquisadores da Boston University, Georgetown University e da London School of Economics. São universidades parceiras do MIT, sendo que os alunos e pesquisadores participam dos workshops e das viagens.

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