A redução na proporção há 3 meses gerou cerca de 100 milhões de litros de etanol a mais disponíveis no mercado por mês. (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A partir de hoje (2), a proporção de álcool anidro na gasolina volta a ser de 25%. Desde 1º de fevereiro, o patamar tinha sido reduzido para 20%, cumprindo a determinação de uma portaria, válida por 90 dias, dos ministérios da Agricultura, de Minas e Energia, da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A medida foi tomada depois da escalada do preço do álcool combustível aos consumidores e de problemas de abastecimento em alguns estados. De acordo com levantamentos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em mais de 70% dos estados brasileiros, onde normalmente o preço do álcool era mais vantajoso que o da gasolina para os proprietários de carros flex, a situação se inverteu e o combustível deixou de ter o melhor custo-benefício.
A explicação, segundo o governo e o setor sucroalcooleiro, foi que o excesso de chuvas no período de colheita na safra passada impediu que 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar fossem colhidos, reduzindo a oferta de álcool e pressionando os preços para cima. No entanto, houve um compromisso de que a colheita e moagem da cana, que geralmente eram iniciadas em abril, começariam em março neste ano.
Na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um levantamento no qual estima uma colheita de aproximadamente 664,33 milhões de toneladas de cana em 2010. Se confirmada a previsão, será o melhor resultado já registrado, com aumento de 9,9% em relação à safra passada, o último recorde.
De acordo com a pesquisa, 54,6%, ou 362,8 milhões de toneladas, devem ser transformados em 28,5 bilhões de litros de etanol hidratado e anidro. O restante, 45,4%, ou 301,6 milhões de toneladas, vai para a produção de 38,7 milhões de toneladas de açúcar.
Segundo o Ministério da Agricultura, o corte do percentual de 25% para 20% na mistura de álcool na gasolina representou cerca de 100 milhões de litros de etanol a mais disponíveis no mercado por mês. Esse volume equivale a aproximadamente 7% do consumo dos veículos flex, que é de cerca de 1,4 bilhão de litros mensais de álcool.