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Governador do Missouri ordena retirada da Guarda Nacional

Jay Nixon ordenou a retirada da Guarda Nacional de Ferguson, onde tensões raciais causaram enfrentamentos


	Policiais tentam conter avanço de manifestação na avenida West Florissant, em Ferguson
 (Michael B. Thomas/AFP)

Policiais tentam conter avanço de manifestação na avenida West Florissant, em Ferguson (Michael B. Thomas/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 18h12.

São Paulo - O governador do estado norte-americano de Missouri, Jay Nixon, ordenou nesta quinta-feira a retirada da Guarda Nacional do subúrbio de St. Louis, em Ferguson, onde tensões raciais causaram enfrentamentos entre a comunidade e a policial local desde que um adolescente negro foi assassinado por um policial branco, no último dia 9.

Nixon anunciou o que ele chamou de "retirada sistemática" dos agentes da Guarda, já que, enquanto eles retomavam a ordem na cidade, outros órgãos trabalhavam para restaurar a confiança entre a polícia local e os moradores, tornando a situação mais controlada.

Desde que a Guarda chegou a Ferguson, na segunda-feira, agitações noturnas em St. Louis começaram a diminuir.

Depois do assassinato do jovem Michael Brown, de 18 anos, os moradores do subúrbio, predominantemente negros, passaram a realizar protestos contra a polícia, formada em sua maioria por brancos.

Os confrontos resultaram na prisão de pelo menos 163 pessoas. Na noite da última quarta-feira, houve manifestações, mas o clima já era mais tranquilo.

"Eu agradeço muito aos homens e mulheres da Guarda Nacional pelo sucesso nessa limitada e específica missão de proteger o Centro de Comando Unificado, de modo que os agentes da lei pudessem focar seu trabalho em promover uma reaproximação com a comunidade, restaurando a confiança e protegendo as pessoas de bem", disse o governador em comunicado.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, procurou tranquilizar a população de Ferguson afirmando que compreende a desconfiança em relação à polícia, ao lembrar as repetidas vezes em que foi parado por policias por conta de sua cor.

Holder também é negro. "Eu recordo o quão humilhante isto era e como me deixava furioso", disse o procurador-geral, em reunião com 50 líderes da comunidade, na Universidade de St. Louis.

Holder também se encontrou com agentes federais que estão cuidando das investigações sobre a morte de Michael, com parentes do garoto e com o capitão Ron Johnson, que está no comando das ações para controlar os protestos.

Um porta-voz do promotor de St. Louis Bob McCulloch, responsável pelo caso, disse que não há prazo para concluir o processo, mas que ele pode levar semanas.

Do lado de fora da promotoria, mais de 20 manifestantes formaram círculos para orar por Michael e pedir o afastamento de McCulloch.

O promotor tem ligações familiares com a polícia e, portanto, tem sido questionado por moradores sobre sua capacidade de ser imparcial no caso. O pai, a mãe, o irmão, um e um primo de McCulloch já trabalharam para a polícia de St. Louis.

Seu pai, inclusive, foi assassinado enquanto era julgado por suspeita de ter matado uma pessoa negra da comunidade. O promotor, que é branco, tem insistindo que seu histórico familiar não terá nenhuma influência no tratamento do processo.

Em carta publicada no jornal St. Louis Post-Dispatch, Holder prometeu uma investigação completa para o caso e pediu também o fim da violência em Ferguson.

"O vínculo de confiança entre autoridades policiais e os cidadãos é muito importante, mas também muito frágil", disse.

"Padrões de detenção não devem levar um tratamento desigual perante a lei, mesmo se tal tratamento não for intencional. E as forças policiais devem refletir sobre a diversidade das pessoas para as quais servem", escreveu.

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