Palestinos erguem bandeiras do Hamas durante protesto: Israel acusou o Irã e a Síria de estarem por trás do envio de dezenas de foguetes (REUTERS/Muammar Awad)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2014 às 14h03.
Gaza - O movimento islamita Hamas negou nesta quarta-feira que os mísseis encontrados por Israel em uma embarcação de bandeira panamenha, os quais seriam fabricados na Síria, tivessem a Faixa de Gaza como destino.
Isla Shahwan, porta-voz do Ministério do Interior em Gaza, expressou sua "profunda preocupação" em torno deste assunto, já que, segundo ele, as acusações israelenses têm o objetivo de "justificar o assédio que Israel impõe sobre a faixa".
Israel acusou hoje o Irã, de onde os mísseis saíram em direção à Faixa de Gaza, e a Síria de estarem por trás do envio de dezenas de foguetes M-302 de longo alcance à faixa palestina governada pelo Hamas.
A embarcação, chamada Klos C. e de bandeira panamenha, está sendo escoltada em direção ao porto de Eilat, no sul de Israel, por um navio da Armada israelense, após ter sido interceptado em águas internacionais próximo a Eritréia.
Segundo Israel, que seguia a operação há meses, os mísseis foram fabricados na Síria e despachados por ar ao Irã, onde foram embarcados rumo a Porto Sudão.
Posteriormente, segundo as autoridades israelenses, o arsenal seria transportado por terra até Gaza, informações que o veterano líder do Hamas, Saleh Al-Bardawil, qualificou como "totalmente incorretas e inexatas".
"Isto é parte da contínua e crescente campanha para incitar à opinião pública sobre Gaza. Acho que a ocupação israelense não necessita de justificativas para aumentar suas agressões sobre a faixa, mas, mesmo assim, a resistência armada palestina e o movimento Hamas estão prontos para defender sua gente em caso de qualquer agressão", acrescentou o líder.
Por sua parte, o porta-voz dos Comitês de Resistência Popular, Abu Ataya, assegurou que "as reivindicações do inimigo sionista de se apoderar de um navio carregado de armas envidado do Irã para Gaza" seriam "uma introdução de uma próxima onda de agressões militares sobre a faixa".