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Missão da Nasa retorna à Terra com maior amostra de asteroide já coletada

Segundo a agência espacial dos EUA, a amostra, coletada do asteroide Bennu em 2020, deve conter cerca de 250 gramas de material, muito mais do que dois asteroides anteriores trazidos por missões japonesas

Trata-se da maior amostra já recuperada desde as rochas lunares do programa Apollo, que terminou em 1972, disse Amy Simon, cientista da Nasa (Javier Zayas Photography/Getty Images)

Trata-se da maior amostra já recuperada desde as rochas lunares do programa Apollo, que terminou em 1972, disse Amy Simon, cientista da Nasa (Javier Zayas Photography/Getty Images)

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Publicado em 24 de setembro de 2023 às 16h50.

A maior amostra já coletada de um asteroide, e a primeira feita pela Nasa, pousou no deserto de Utah neste domingo (24), sete anos após o lançamento da sonda Osiris-Rex.

A aterrizagem, observada por sensores militares, foi complementada pelo acionamento de dois paraquedas.

Segundo a agência espacial dos EUA, a amostra, coletada do asteroide Bennu em 2020, deve conter cerca de 250 gramas de material, muito mais do que dois asteroides anteriores trazidos por missões japonesas.

Este material vai "ajudar a compreender melhor os tipos de asteroides que poderiam ameaçar a Terra, além de lançar luz sobre o início da história do sistema solar", disse Bill Nelson, diretor da Nasa.

Trata-se da "maior amostra já recuperada desde as rochas lunares" do programa Apollo, que terminou em 1972, contou à AFP a cientista da Nasa Amy Simon, antes do pouso.

Aproximadamente quatro horas antes do horário programado, a sonda Osiris-Rex lançou a cápsula contendo a amostra, a mais de 100 mil quilômetros da Terra.

A cápsula atravessou a atmosfera durante 13 minutos: entrou com uma velocidade superior a 44.000 quilômetros por hora e chegou a registrar uma temperatura de 2.700°C.

A Osiris-Rex continuou sua missão em direção a outro asteroide.

Duas amostras japonesas 

Assim que pousou no deserto de Utah, uma equipe munida de luvas e máscaras analisou seu exterior, antes de colocá-la em uma rede, elevando-a em direção a um helicóptero.

Na segunda-feira (25), será transferida de avião ao Centro Espacial Johnson em Houston, Texas, onde será analisada em um processo que deve durar dias.

Os resultados iniciais devem ser apresentados em uma coletiva de imprensa da Nasa em 11 de outubro.

A maior parte da amostra será preservada para estudo das gerações futuras. Cerca de 25% serão usadas imediatamente para experimentos e uma pequena parcela será compartilhada com os parceiros Japão e Canadá.

Tóquio já havia presenteado a agência espacial americana com fragmentos do asteroide Ryugu, do qual obteve 5,4 gramas em 2020, na missão Hayabusa-2. Em 2010, o país também relatou uma quantidade microscópica de outro asteroide.

Mas a amostra de Bennu é "muito maior, então poderemos fazer muito mais análises", afirmou o presidente da Nasa.

A origem dos asteroides 

Os asteroides são formados por materiais originários do Sistema Solar que, diferentemente da Terra, permaneceram intactos. Logo, eles contêm "pistas sobre como o Sistema Solar se formou e evoluiu. É a história da nossa própria origem", afirma Melissa Morris, diretora do programa Osiris-Rex.

Ao colidirem com o planeta Terra, "pensamos que os asteroides e os cometas trouxeram matéria orgânica, potencialmente água, que ajudou a desenvolver a vida na Terra", disse Simon.

Os cientistas acreditam que Bennu, que possui 500 metros de diâmetro, é rico em carbono e contém moléculas de água envoltas em minerais.

A superfície do asteroide mostrou ser menos densa do que o esperado. Logo, compreender melhor sobre sua composição poderá ser útil no futuro.

Há um pequeno risco (uma chance em 2.700) de que Bennu colida com a Terra em 2182, o que seria catastrófico.

Em 2022, a Nasa conseguiu desviar a trajetória de um asteroide ao impactá-lo.

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