Miriam Belchior disse que Mantega deve ser o porta-voz do ajuste (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 13h02.
Adepta de respostas curtas e sem muitos detalhes, a nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse hoje que "não tem ainda a menor ideia do tamanho do contingenciamento do Orçamento da União de 2011". Ela disse que não conversou ainda com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, embora tenha confirmado que já teve uma conversa com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto.
A nova ministra disse que Dilma a chamará para uma reunião, juntamente com Mantega, para definir como enfrentar essa questão fiscal. Ele ponderou, no entanto, que o ministro da Fazenda deverá ser o porta-voz sobre o tema.
Ao falar sobre como será a sua política para o salário dos servidores públicos, Miriam destacou que já houve uma reconstrução de carreiras dos servidores, diminuindo o "buraco" que existia. Agora, afirmou ela, a relação com servidores, nessa questão salarial, entra em um novo patamar. A nova ministra repetiu o que disse no discurso de posse, de que continuará valorizando os servidores públicos, mas com responsabilidade fiscal.
Ao comentar o valor de R$ 540 para o salário mínimo, definido em Medida Provisória assinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, Miriam disse que a intenção é manter o reajuste do salário mínimo nesse valor. Ela reiterou que o governo tem uma política para o salário mínimo com regras claras para que essa definição não fique ao "sabor" do momento e destacou que, para que essa política continue valendo, o salário mínimo em 2011 tem de ser de R$ 540.
Bolsa Família
Miriam confirmou que o governo fará um reajuste no Bolsa Família. Segundo ela, esse reajuste ocorrerá neste primeiro semestre, mas o valor ainda não está definido. Ela fez um comentário ao jornalistas dizendo a eles que deveriam se acostumar com seu estilo de que, na sua avaliação, quem deve anunciar essas medidas é a presidente da República.
Ao comentar sobre os custos desse reajuste, ela disse que não preocupam porque os gastos com esse programa do governo são pequenos em relação ao seu impacto no País.
Questionada sobre as pressões para o aumento dos salários do Judiciário, Miriam não deu uma resposta dura. Disse que a demanda é legítima, mas precisa ser compatível com os recursos da União. Ela ponderou que os reajustes solicitados são muito mais altos do que os do Executivo e que é preciso trabalhar para convencer que algumas demandas são irreais.
A nova ministra foi questionada ainda sobre se o governo adotará uma meta cheia de superávit primário das contas públicas. Ela preferiu responder à pergunta não dando sua opinião, mas fazendo referência a declarações recentes do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo vai mirar a meta cheia para o superávit primário.