Presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, durante reunião na sede d UE em Bruxelas (.)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2010 às 16h52.
Bruxelas, Bélgica - Os principais líderes europeus esperam conter o risco de contágio da crise financeira grega com a criação de um fundo de emergência de ajuda aos países em dificuldades orçamentárias, cujo funcionamento será traçado no domingo pelos ministros das Finanças da Eurozona.
A Comissão Europeia trabalhava neste sábado para que os detalhes do fundo decidido pela reunião de cúpula de crise da Eurozona, que passou da meia-noite de sexta-feira, sejam conhecidos antes da abertura dos mercados financeiros na segunda-feira.
"O Executivo da União Europeia (UE) trabalha na proposta que fará ao Conselho (de ministros da UE) sobre um mecanismo de estabilização europeia destinado a preservar a estabilidade financeira de Europa", afirmou uma fonte da Comissão.
A Comissão vai se reunir no domingo em Bruxelas para discutir e aprovar o projeto, que será apresentado depois na reunião de emergência dos ministros das Finanças dos 27 países da UE.
Os ministros das Finanças devem aprovar o dispositivo, que será baseado em empréstimos feitos pela Comissão Europeia.
As inquietações sobre a capacidade de alguns países europeus de equilibrar suas finanças e pagar as dívidas provocaram sustos nos mercados financeiros, o que resultou na desvalorização do euro.
A tempestade financeira, que para muitos lembra a crise posterior à implosão dos "subprime" (créditos hipotecários de risco) em 2008 e poderia ameaçar a incipiente recuperação econômica, foi estimulada pela decisão dos europeus de emprestar bilhões de euros à Grécia para que o país consiga cumprir os vencimentos da dívida.
"Até domingo instalaremos uma linha de defesa da zona euro impermeável, para que esteja pronta antes da abertura dos mercados na segunda-feira", declarou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
Os governantes da Eurozona se comprometeram ainda a reforçar o pacto de estabilidade, o instrumento que limita os déficits públicos nacionais dos países, com um sistema de sanções mais eficaz.
Também se comprometeram a a acelerar os esforços de redução dos déficits nos próximos anos para tranquilizar os mercados sobre a confiabilidade do euro.
O primeiro-ministro português, José Sócrates, anunciou a intenção de reforçar o programa de austeridade e de adiar alguns investimentos públicos para acelerar a redução do déficit público em 2010.
"O governo decidiu reduzir o déficit este ano a 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB), melhorando assim em um ponto o objetivo de 8,3% fixado no programa de estabilidade e de crescimento", declarou Socrates.
Alguns governantes, como o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel, questionaram a especulação nos mercados, acusada de agravar a crise.
Os 16 dirigentes da Eurozona também ressaltaram a necessidade de avançar rapidamente na regulação e supervisão dos mercados financeiros para enfrentar a especulação.
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