Mundo

Ministros da UE debaterão estímulo fiscal terça-feira

FMI e EUA pressionam para que países com finanças mais fortes gastem mais

Crescimento da UE está muito abaixo do esperado (AFP)

Crescimento da UE está muito abaixo do esperado (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2011 às 13h35.

São Paulo - Os ministros das Finanças da União Europeia vão discutir na próxima semana se os governos com as finanças públicas mais fortes podem dar algum estímulo orçamentário para ajudar o frágil crescimento econômico do bloco de 27 países. O debate, que deverá acontecer em reunião em Luxemburgo na terça-feira, pode sinalizar uma pequena reversão na política adotada pelos ministros em outubro de 2009, que determinou que todos os países da União Europeia começassem a cortar seus déficits em 2011.

Com o crescimento econômico muito abaixo do esperado, a União Europeia está sob pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos EUA para considerar a concessão de mais estímulos.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, pediu que a ideia seja debatida na reunião, disseram diplomatas da UE. A ideia é que países cujo déficit esteja dentro do limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), fixado pela UE, permitam que seus "estabilizadores automáticos" - programas de gastos do governo, tais como auxílio-desemprego, que tendem a subir durante uma desaceleração econômica - operem sem restrições.

Isso significa que os governos com as finanças mais fortes - Alemanha, Holanda, Suécia, Finlândia e Luxemburgo - possam ter superávits menores ou déficits maiores do que o esperado, disseram diplomatas.

"Há países para os quais a consolidação fiscal é menos útil do que para outros", disse um diplomata. Mas alguns países, tais como Itália, temem que o debate possa levar os mercados financeiros a duvidar do compromisso das nações mais fracas do bloco em cortar seus déficits, disse outro diplomata.


A mudança de política, se adotada pelos países mais fortes, não deve dar muito estímulo para a economia, considerando-se que a ampla maioria dos governos da UE estão cortando seus déficits este ano e vão continuar a fazê-lo em 2012.

A reunião dos ministros da zona do euro no dia anterior vai abordar as medidas propostas pela Grécia para recolocar seu programa de ajuste econômico nos trilhos. A zona do euro e o FMI estão em grande medida satisfeitos com as novas medidas fiscais propostas pelo governo, incluindo um imposto imobiliário e mais demissões do setor público, mas estão querendo mais propostas para que a Grécia abra seu setor de serviços, disse uma autoridade da zona do euro.

Não deve ser discutida a ampliação da capacidade de empréstimo de socorro da zona do euro, disseram autoridades, apesar das expectativas do mercado de que a zona do euro vai precisar dar passos para evitar que os yields da dívida da Itália e da Espanha subam mais. Mas o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, está consultando governos da zona do euro sobre novas propostas para melhorar a governança econômica do bloco que serão divulgadas na cúpula da zona do euro no próximo dia 18.

Estas propostas podem incluir mais poder de fogo para a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), o fundo de socorro soberano da zona do euro, disse a autoridade. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalEuropaFMIPolítica fiscalUnião Europeia

Mais de Mundo

Inflação na Argentina sobe 2,7% em outubro; a menor desde 2021

Israel ordena a evacuação de 14 cidades no sul do Líbano antes de atacá-las

Trump ganhou 1 milhão de votos entre 2020 e 2024; democratas perderam 9,4 milhões

Vendas de robôs aspiradores disparam com subsídio e promoção Double 11