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Ministro do Trabalho francês se envolve em nova polêmica

Eric Woerth teria vendido um hipódromo a um conhecido por um preço muito inferior ao de mercado

Eric Woerth, ministro do Trabalho, já era acusado de fraude fiscal e financiamento ilegal de campanha   (Martin Bureau/AFP)

Eric Woerth, ministro do Trabalho, já era acusado de fraude fiscal e financiamento ilegal de campanha (Martin Bureau/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2010 às 15h07.

Paris - A imprensa francesa publicou novas informações embaraçosas para o ministro do Trabalho, Eric Woerth - já envolvido em um suposto caso de fraude fiscal e financiamento ilegal de campanha -, segundo as quais ele teria vendido um hipódromo a um conhecido por um preço muito inferior ao de mercado.

A revista satírica Le Canard Enchaîné assegura em sua edição desta quarta que, seis dias antes de deixar de ser ministro do Orçamento, Woerth vendeu uma cota do bosque de Compiègne (norte de Paris) com seu hipódromo e seu campo de golfo "a uma associação amiga", que até então alugava essa parcela.

Concretamente, a "Société des Courses de Compiègne" comprou a cota por 2,5 milhões de euros (3,2 milhões de dólares), muito abaixo do preço de mercado, que o Canard Enchaîné fixa em 20 milhões de euros.

A revista assegura que o presidente dessa sociedade, Antoine Gilibert, é um "habitué" do hipódromo e conhecido do ministro.

Indagado pela AFP, o ministério do Orçamento desmentiu as acusações dizendo que "a cessão do hipódromo de Compiègne aconteceu de forma absolutamente legal, no interesse do Estado".

Woerth está envolvido em um escândalo que todos os dias aumenta em proporção e envolve a herdeira do império dos cosméticos L'Oréal, Liliane Bettencourt, terceira fortuna da França e suspeita de sonegação fiscal.

A esposa de Woerth, Florence, gerenciava a fortuna de Bettencourt precisamente quando seu marido era ministro do Orçamento e, como tal, estava encarregado de perseguir as fraudes fiscais.

Por outro lado, a ex-contadora de Liliane Bettencourt, Claire Thibout, acusou Woerth de ter recebido em março de 2007 cerca de 150.000 euros em sua qualidade de tesoureiro da União para um Movimento Popular (UMP, direita, agora no poder) para financiar a campanha de Nicolas Sarkozy à presidência.

Na terca-feira, o ministro anunciou que deixará de ser tesoureiro da UMP.

"Sim, vou fazer isso. Vou estudar o calendário para fazer isso", declarou Woerth.

Na véspera, o presidente Sarkozy reafirmou seu apoio a Woerth, e negou com veemência ter recebido ele próprio dinheiro da mulher mais rica da França.

"Eric Woerth é um homem profundamente honesto que vem sofrendo calúnia e mentira há três semanas", declarou no canal France 2, durante a primeira intervenção pública sobre o assunto que vem desestabilizando seu governo.

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