Soldados israelenses próximos da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza (Amir Cohen/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2014 às 14h50.
Jerusalém - O líder ultranacionalista e ministro israelense de Economia, Naftalí Bennet, apontou como solução nesta sexta-feira para a guerra em Gaza que Israel aceite aliviar o assédio ao local requerido pelo Hamas, mas não firme um acordo formal com o movimento islamita.
Em declarações divulgadas pelo jornal "Yedioth Ahronoth" ao término do Conselho de Ministros, Bennett disse que o alívio do assédio, que é exigido tanto pelo Hamas como pelo resto das facções palestinas e grande parte da comunidade internacional, deve ser apresentado como "uma decisão unilateral de Israel".
O jornal explica que "Bennett disse que Israel deve abrir as passagens fronteiriças e ampliar a zona de pesca unilateralmente, sem chegar a um acordo com o Hamas, que na sua opinião danificaria nosso direito a atacar os túneis", entre Gaza e o território israelense, que as tropas israelenses tratam de destruir.
Na sua opinião, qualquer tipo de pacto com o movimento islamita, que controla Gaza desde 2007, serviria "para fortalecer este grupo terrorista".
Emissários palestinos e israelenses negociam há dias no Cairo, com a mediação do Egito, um cessar-fogo que coloque fim a mais de um mês de ofensiva israelense, combates e lançamento de foguetes que provocaram a morte de mais de dois mil palestinos, em sua maioria civis, e de cerca de 70 israelenses, quase todos militares.
Desde que em 8 de julho quando começaram as hostilidades, o governo israelense assegura que o objetivo de seu Exército é destruir as plataformas de lançamento de foguetes e os túneis escavados pelas milícias palestinas entre Gaza e o território de Israel.
O Hamas e o resto das milícias palestinas insistem que sua meta é conseguir que o levantamento do bloqueio econômico e do ferrenho assédio militar imposto por Israel a Gaza há sete anos e que empobreceu a população.
A ofensiva, da qual Bennett foi um dos principais defensores, obrigou o deslocamento interno de mais de 250 mil pessoas e reduziu a escombros vários bairros da estreita Faixa, na qual vivem cerca de dois milhões de pessoas.
O bloqueio econômico impede a livre circulação de mercadorias e asfixia o comércio, em particular de materiais de construção, enquanto o assédio militar israelense por terra, mar e ar nega aos palestinos de Gaza o direito à liberdade de movimento.