O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Tóquio - O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu agir "de forma apropriada" contra a valorização do iene, em linha com os princípios do G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo). O comentário surgiu logo após o dólar atingir a mínima em 15 anos em relação à moeda japonesa, de 84,15 ienes. "Nós agiremos apropriadamente com base na essência do comunicado do G-7", afirmou Noda, durante entrevista a jornalistas.
O G-7 não emitiu seu comunicado usual nas duas reuniões realizadas neste ano, mas em um encontro, ocorrido em Istambul em outubro de 2009, o grupo divulgou declaração afirmando que o excesso de volatilidade e os movimentos desordenados nas taxas de câmbio têm "implicações adversas para a economia e para a estabilidade financeira". O G-7 também prometeu na ocasião "continuar a monitorar de perto os mercados de câmbio e a cooperar, caso necessário".
O tom das declarações do ministro foi um pouco mais forte que o usado anteriormente. No dia 12 de agosto, Noda mencionou a possibilidade de uma ação, mas não invocou a posição do G-7 sobre as moedas. A leve mudança na retórica destaca as preocupações em Tóquio sobre os efeitos que a valorização do iene poderá ter sobre a recuperação da economia do país. Mas poucos investidores acreditam que o Japão vai intervir em breve no câmbio.
Antes de falar a jornalistas sobre a possibilidade de uma ação apropriada em relação à valorização do iene, Noda realizou uma coletiva de imprensa de emergência no início do dia, na qual repetiu que iria "monitorar os movimentos do mercado com grande interesse e com extremo cuidado". No entanto, ele se absteve de comentar a possibilidade de uma intervenção no câmbio. O ministro também disse que a recente tendência de alta do iene em relação ao dólar e ao euro é "unilateral" e pediu medidas para combater a excessiva volatilidade e os movimentos desordenados das taxas de câmbio.
As declarações de Noda reforçaram a especulação de que o Japão não adotará nenhuma medida para conter a alta do iene. As novas observações indicam que o ministro afinou o tom de seus comentários depois de ver o impacto de sua própria entrevista sobre a alta do iene - que alcançou a máxima em 15 anos em relação ao dólar. Mas a modificação súbita nas declarações de Noda, que tem pouca experiência na condução da política monetária, apenas confundiu os investidores.
A forma desordenada do ministro para transmitir suas mensagens sobre o câmbio ao mercado está anulando o objetivo das declarações, destacaram analistas. Segundo Minoru Shioiri, da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities, o ministro quer mostrar que o governo poderá tomar uma medida contra a alta do iene, mas seus comentários sobre o G-7 "vieram muito tarde para convencer o mercado".
O presidente da Tokyo Stock Exchange (TSE, a bolsa de valores do Japão), Atsushi Saito, disse que o governo deveria agir para aliviar as preocupações sobre o fortalecimento cada vez maior do iene. "Pessoalmente, eu não gosto da ideia de uma intervenção no câmbio, mas o governo precisa agir para interromper a agitação do mercado", afirmou o executivo. "É importante que o governo sinalize que tem meios para intervir quando necessário. Agora, há a impressão de que não haverá intervenção, independentemente do que ocorra", acrescentou Saito. "A direção do mercado cambial não deve ser determinada pelas forças do mercado." As informações são da Dow Jones.
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