Terror na França: polícia formou grupo de 720 agentes para capturar atirador (Christian Hartmann/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 15h08.
Paris - Três civis tentaram deter o suposto terrorista de Estrasburgo pouco antes que fugisse ontem à noite do centro da cidade após ter disparado contra várias pessoas, o que deixou pelo menos dois mortos e 13 feridos, um deles com morte cerebral.
Segundo relatou nesta quarta-feira o ministro do Interior, Christophe Castaner, um desses cidadãos foi ferido com arma branca pelo suposto autor do atentado.
O homem identificado pelas autoridades como Chérif C. começou a "semear o terror" por volta das 19h45 (horário local, 16h45 de Brasília) nas ruas do centro de Estrasburgo, onde disparou contra várias pessoas, indicou Castaner em um pronunciamento na Assembleia Nacional.
Entre as vielas ocupadas pelo mercado natalino mais antigo da Europa, o suspeito disparou contra várias pessoas, antes de encontrar esses três cidadãos que tentaram detê-lo.
"Isso é cidadania, tentar ser heroico em momentos excepcionais, são esses heróis cotidianos que contribuem para a segurança de todos", declarou Castaner.
Após livrar-se deles, Chérif C. se dirigiu a um táxi e obrigou o motorista a levá-lo ao bairro de Neudorf, onde deixou o veículo e trocou tiros em duas ocasiões com os policiais, segundo o ministro.
Desde então está sendo procurado no meio de um forte esquema composto por 720 agentes, afirmou Castaner.
O ministro lembrou que a polícia já tinha tentado prender o suspeito na manhã de ontem por outro crime, não relacionado com terrorismo, e que tinha emitido um mandato de detenção ao encontrar "certos elementos inquietantes" na operação em seu domicílio.
Pouco antes, o promotor antiterrorista, Rémi Heitz, tinha revelado que nessa operação foram apreendidos um fuzil carregado, munição, quatro facas, duas delas de caça, e uma granada defensiva.
Diante da polêmica crescente pelo fato de, apesar de figurar no arquivo de radicais, suas intenções não terem sido detectadas, Castaner indicou que, até agora, Chérif C. só tinha emitido "sinais de radicalização", mas que seu histórico policial estava exclusivamente vinculado à delinquência comum.
Nesse sentido, o ministro descreveu uma infância difícil, um primeiro crime aos dez anos, uma primeira condenação aos 13 e "um comportamento sistematicamente marcado pela violência".