Mundo

Ministro do Vaticano desmente abertura a direitos dos gays

"Minhas palavras foram deturpadas deliberadamente", acrescentou o religioso


	Vista do Vaticano: Paglia explicou que a situação dos casais de fato, homossexuais ou não, tinha que ser resolvida pelo Estado para impedir injustiças e discriminações
 (AFP/ Filippo Monteforte)

Vista do Vaticano: Paglia explicou que a situação dos casais de fato, homossexuais ou não, tinha que ser resolvida pelo Estado para impedir injustiças e discriminações (AFP/ Filippo Monteforte)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 20h54.

Cidade do Vaticano - O ministro do Vaticano para a família, monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício da Família, desmentiu nesta quarta-feira que tenha se pronunciado em favor dos direitos para casais "de fato", homossexuais ou não, negando uma abertura por parte da hierarquia da Igreja Católica sobre o tema.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, Paglia manifestou sua "surpresa" diante da interpretação feita pela imprensa de suas declarações.

"Minhas palavras foram deturpadas deliberadamente", acrescentou o religioso.

"Minhas declarações não só não foram entendidas, como tampouco se compreendeu o afeto com que foram ditas. A verdade é que foram desviadas, talvez conscientemente", acrescentou.

"Uma coisa é pedir que se verifique se nas instituições existentes é possível extrair normas que protejam os direitos individuais, outra coisa muito diferente é aprovar certas perspectivas", afirmou.


Em um encontro na segunda-feira com a imprensa, Paglia explicou que a situação dos casais de fato, homossexuais ou não, tinha que ser resolvida pelo Estado para impedir injustiças e discriminações.

O religioso reiterou novamente sua defesa do casamento tradicional, entre um homem e uma mulher, que considera o "elemento fundador" da sociedade e reforçou que aprova "plenamente" a condenação ao casamento gay pronunciada pelos bispos do Reino Unido e da França, países que acabam de legalizar tais uniões.

"A doutrina da Igreja é clara, assim como a tradição jurídica milenar do casamento em todas as culturas: para fundar uma família é necessário um homem e uma mulher", reforçou.

"Desviar-se deste caminho (...) leva à instabilidade e à decomposição da sociedade humana", comentou.

"As formas de vida em comum não familiares constituem um verdadeiro arquipélago de situações. É claro que deve-se garantir os direitos individuais", assegurou.

As afirmações do prelado, que geraram reações da imprensa e dos movimentos italianos de defesa dos homossexuais, caíram mal na Cúria Romana, que não costuma comunicar as divisões internas sobre temas tão polêmicos.

Acompanhe tudo sobre:GaysLGBTPaíses ricosPreconceitosReligiãoVaticano

Mais de Mundo

Donald Trump chega ao Capital One, onde assinará primeiros decretos de seu governo

EUA cancelam aplicativo CBP One que permitia entrada de migrantes pela fronteira com México

Cadeira descartável, esquenta-mãos e horas de fila: as táticas dos fãs de Trump para vê-lo na posse

Líderes mundiais reagem à posse de Trump