Mundo

Ministro de Israel surpreende ao anunciar aposentadoria

A decisão de Ehud Barak ocorre cinco dias após o fim da operação israelense "Pilar de defesa" contra grupos armados palestinos em Gaza


	O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak: "a política é apenas um meio de contribuir para o Estado"
 (Roni Schutzer/AFP)

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak: "a política é apenas um meio de contribuir para o Estado" (Roni Schutzer/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 12h47.

Jerusalém - O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, fiel aliado de Benjamin Netanyahu, surpreendeu nesta segunda-feira ao anunciar sua aposentadoria da vida política a menos de dois meses das eleições legislativas.

"Eu anuncio a minha decisão de deixar a vida política e de não me apresentar às eleições" antecipadas de 22 de janeiro, declarou Barak durante uma coletiva de imprensa em Tel Aviv, explicando que quer se "dedicar à família".

"Vou concluir meus deveres como ministro da Defesa, com a formação do próximo governo em três meses", declarou Barak, de 70 anos e considerado o número dois do governo.

"A política é apenas um meio de contribuir para o Estado", acrescentou.

Ele, no entanto, se recusou a dizer se aceitaria ou não ser nomeado "à título pessoal" pelo primeiro-ministro Netanyahu no próximo governo. Este último, à frente nas pesquisas, pode designar uma personalidade que não seja membro do Parlamento para liderar um ministério.

O gabinete de Netanyahu afirmou em uma mensagem no Twitter o seu "respeito pela decisão de Ehud Barak", agradeceu "por sua cooperação com o governo" e expressou seu apreço "pela sua contribuição para a segurança do Estado".

A decisão de Barak ocorre cinco dias após o fim da operação israelense "Pilar de defesa" contra grupos armados palestinos em Gaza, considerada por Barak como positiva "até o momento".

De acordo com os analistas, a decisão está ligada a uma disputa de poder desfavorável para ele em vista das eleições.


Depois de deixar o Partido Trabalhista em janeiro de 2011 para manter o cargo na Defesa, que ocupa há cinco anos no governo de Netanyahu, fundou o partido "Hatzmaout" (independência, em hebraico), com quatro outros dissidentes trabalhistas.

Mas esta formação teve dificuldades para decolar antes de ser creditado, de acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira, com 4 assentos (de 120) no Parlamento.

Esta pontuação dificilmente terá peso político suficiente para manter a Defesa, cobiçada por vários caciques do Likud, o partido de direita de Netanyahu, como o atual ministro de Assuntos Estratégicos, Moshe Yaalon, ex-chefe de Estado-Maior.

Segundo a imprensa, Netanyahu não quis se comprometer formalmente a manter Barak no cargo de ministro da Defesa. O lobby dos colonos e as formações de direita fizeram campanha nos últimos meses por sua cabeça, acusando-o de "frear" a ocupação da Cisjordânia.

Sua partida, se a atual maioria sair fortalecida das eleições assim como previsto pelas pesquisas, poderia fortalecer os partidários da linha dura contra a Autoridade Palestina de Mahmoud Abbas e o Irã, inimigo jurado Israel.

Depois de apoiar um ataque contra as instalações nucleares iranianas, Barak voltou atrás e disse ser contra uma operação deste tipo, assim como os Estados Unidos, o chefe de Estado-Maior israelense, Benny Gantz, e o chefe do Mossad (inteligência), Tamir Pardo.

Netanyahu, apoiado pelo ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, líder do partido ultranacionalista Israel Beiteinu que vai se apresentar em uma lista conjunta com o Likud, continua a agitar a ameaça de um ataque contra o Irã.

Durante a operação "Pilar de defesa", de 14 a 21 de novembro, Ehud Barak foi, segundo a imprensa, contra uma grande ofensiva terrestre em Gaza. O exército israelense finalmente apenas recorreu à aviação, que bombardeou o território palestino causando ao menos 166 mortes.

Em Israel, seis pessoas, entre elas dois soldados, morreram por disparos de foguetes de Gaza, de acordo com o exército.

Acompanhe tudo sobre:AposentadoriaIsrael

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA