Darmanin: a denunciante contou que tinha se aproximado de Darmanin para solicitar um imóvel social para deixar o insalubre alojamento que ocupava e o agora ministro lhe fez propostas sexuais (Charles Platiau/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 15h24.
Paris - A Promotoria francesa abriu uma investigação contra o ministro francês de Fazenda, Gerald Darmanin, por um suposto crime de "abuso de situação de fraqueza" depois que uma mulher o denunciou por esse motivo, confirmaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes judiciais.
As fontes precisaram que a investigação contra Darmanin, que na semana passada já foi denunciado por violação, foi aberta depois que na terça-feira uma mulher apresentou uma denúncia contra ele por suposto "abuso de fraqueza", crime classificado no Código Penal francês e castigado com até três anos de prisão e 375 mil euros de multa.
O código penal francês contempla o crime de "abuso de situação de fraqueza" quando é explorada a ignorância ou a vulnerabilidade física ou psicológica de uma pessoa.
A denunciante, que foi interrogada pelos investigadores, sustenta que o crime foi cometido entre 2015 e 2016.
Segundo o site do jornal "Le Point", trata-se de uma moradora de Tourcoing, cidade do oeste da França da qual Darmanin foi prefeito até sua chegada ao Governo de Emmanuel Macron.
A denunciante contou aos investigadores que tinha se aproximado de Darmanin para solicitar um imóvel social que lhe permitisse deixar o insalubre alojamento que ocupava.
Nesse momento, sempre segundo o "Le Point", o agora ministro fez propostas sexuais à mulher, o que motivou a denúncia.
Darmanin será interrogado nos próximos dias por esta segunda denúncia.
O ministro de Fazenda está em uma situação delicada e já compareceu perante os investigadores na segunda-feira no marco da denúncia por violação apresentada por uma mulher no começo do ano por fatos que datam de 2009.
A denunciante, uma ex-prostituta de luxo militante do partido conservador UMP, o mesmo no qual Darmanin começava então sua carreira política, sustenta que o agora ministro a violou após ter aceitado interceder a seu favor perante o Ministério de Justiça para apagar seus antecedentes penais.
O titular de Fazenda, um dos membros da direita integrados no Governo de Macron, nega essa acusação e apresentou uma demanda por calúnia.
Além disso, de Darmanin, o ministro de Ecologia, Nicolas Hulot, também esteve atualmente nos holofotes, depois que foi revelado que uma neta do ex-presidente François Mitterrand o denunciou em 2008 por abuso supostamente cometido em 1997.
A denúncia foi arquivada porque o crime tinha prescrito e, segundo Hulot, porque as investigações não determinaram que tenha sido cometido crime.