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Ministro da Justiça francês é acusado de conflito de interesses

A acusação pode comprometer o futuro de Dupond-Moretti à frente do Ministério da Justiça, embora o presidente Emmanuel Macron o tenha defendido até agora

O ministro da Justiça francês, Eric Dupond-Moretti: acusado de conflito de interesses por sua prática como advogado criminal (AFP/AFP)

O ministro da Justiça francês, Eric Dupond-Moretti: acusado de conflito de interesses por sua prática como advogado criminal (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 16 de julho de 2021 às 15h04.

Última atualização em 16 de julho de 2021 às 15h05.

O ministro francês da Justiça, Eric Dupond-Moretti, foi acusado nesta sexta-feira, 16, em uma investigação sobre possíveis conflitos de interesse. O motivo é seu trabalho anterior como advogado criminal.

O caso é inédito para um ministro da Justiça francês em exercício. A acusação partiu dos magistrados do Tribunal de Justiça da República -- o único tribunal na França habilitado a processar e julgar membros do governo por crimes no exercício de suas funções.

"Não é surpreendente que tenha sido acusado", disse à imprensa Christophe Ingrain, um dos advogados do ministro, após seu interrogatório de quase seis horas.

"Suas explicações não foram, infelizmente, suficientes para reverter esta decisão tomada antes da audiência. Obviamente, agora impugnaremos esta acusação", continuou Ingrain, que apresentará "um pedido de nulidade".

Eric Dupond-Moretti é suspeito de se aproveitar de seu cargo de ministro para ajustar contas com magistrados com quem teve desentendimentos quando era advogado. O ministro nega a acusação.

O tribunal abriu em janeiro a investigação judicial por "tomada ilegal de interesses" após as queixas de três sindicatos de magistrados e da associação contra a corrupção Anticor. As entidades denunciaram conflitos de interesses em ao menos dois casos envolvendo o ministro.

A acusação pode comprometer o futuro de Dupond-Moretti à frente do Ministério da Justiça, embora o presidente Emmanuel Macron o tenha defendido até agora.

"Acredito que o ministro da Justiça tem os mesmos direitos que todos os réus, ou seja, a presunção de inocência", disse Macron na quinta-feira.

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