Riad Yassin afirmou que este contingente de elite, que desembarcou em Áden há dois dias, foi treinado em "luta popular" pela coalizão militar (Saleh al Obeidi/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 09h39.
Riad - O ministro iemenita das Relações Exteriores, Riad Yassin, explicou nesta terça-feira que entre 50 e 60 soldados das forças especiais iemenitas, treinados pela coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, chegaram à cidade de Áden.
Em declarações divulgadas pelo jornal saudita "Al Watan", Yassin afirmou que este contingente de elite, que desembarcou em Áden há dois dias, foi treinado em "luta popular" pela coalizão militar.
De acordo com o ministro, o controle do aeroporto internacional de Áden foi recuperado graças à intervenção das tropas, que se coordenam e ajudam as forças leais ao presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi.
No domingo, houve certa confusão sobre a chegada deste contingente, que representantes do sul diziam se tratar de soldados da coalizão árabe.
A aliança negou que tivesse enviado a Áden forças terrestres - até agora sua ofensiva se limita a bombardeios aéreos contra posições dos rebeldes houthis -, por isso se especulou que fossem soldados iemenitas treinados pela coalizão.
Em entrevista ao jornal saudita, Yassin também informou que está sendo estudado junto com a coalizão árabe o fornecimento de armas médias à resistência que combate os houthis.
"Entrou uma pequena quantidade (de armas) e com isso pudemos recuperar muitas regiões do Iêmen", disse o chefe da diplomacia iemenita, que elogiou "a efetividade dessas armas para conseguir um equilíbrio de forças no terreno".
Em meio aos combates em Áden, as forças leais a Hadi também capturaram diversos membros da Guarda Republicana Iraniana, que ajudava aos houthis, segundo Yassin.
As autoridades iemenitas e a coalizão árabe acusam o Irã de auxiliar com armas e combatentes os insurgentes houthis, também de confissão xiita.
Yassin também ressaltou que as tropas do ex-presidente Ali Abdullah Saleh sofreram desistências e não descartou que até mesmo Ahmed Saleh se rebele contra o pai.
Enquanto isso, diferentes partidos iemenitas mantêm contato diariamente para preparar uma conferência global e dar uma saída para a crise. Em comunicado, Hadi anunciou na noite de segunda-feira que essa conferência será realizará no dia 17 de maio, em Riad.
O avanço dos rebeldes houthis em direção ao sul do Iêmen em fevereiro levou à fuga de Hadi para Riad e à posterior ofensiva aérea da coalizão árabe, agravando um conflito que já causou mais de 2.000 mortes.