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Ministro belga admite que houve negligência com terrorista

Ministro do Interior da Bélgica admitiu que houve negligência na gestão do caso de Ibrahim El Bakraoui, um dos autores dos atentados de Bruxelas


	Jan Jambon: ministro belga considerou "inaceitável" falta de ação entre a prisão de terrorista na Turquia e sua posterior deportação à Holanda
 (Ilmars Znotins/AFP)

Jan Jambon: ministro belga considerou "inaceitável" falta de ação entre a prisão de terrorista na Turquia e sua posterior deportação à Holanda (Ilmars Znotins/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2016 às 13h45.

Bruxelas - O ministro do Interior da Bélgica, Jan Jambon, admitiu nesta sexta-feira que houve negligência na gestão do caso de Ibrahim El Bakraoui, um dos autores dos atentados de Bruxelas, e considerou "inaceitável" o fato de nenhuma atitude ter sido tomada entre a prisão do terrorista na Turquia e a posterior deportação à Holanda.

"Após uma reunião com a Polícia Federal, só pude concluir que alguém foi negligente, não foi suficientemente proativo, nem comprometido com um dossiê no qual, desde o início, podíamos notar que se tratava de terrorismo", disse Jambon em uma audiência convocada pelo parlamento belga.

O ministro, que foi mantido no cargo pelo primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, após ter apresentado sua carta de renúncia ontem, disse que, como responsável pela polícia, deve assumir a "responsabilidade política" pelo erro.

"Não é preciso ser superativo para compreender que há um risco muito elevado de alguém com o perfil de El Bakraoui - condenado a dez anos de prisão, detido durante vários anos, que viaja à Síria e que é capturado na fronteira com a Síria - pode ser um combatente estrangeiro", destacou o ministro.

"Desde o dia 26 de junho, o momento no qual fomos informados, e o dia 20 de julho, quando El Bakraoui foi levado de avião à Holanda, o oficial responsável não fez nada de essencial. A maneira como ocorreu é inaceitável e eu assumo as consequências", reiterou.

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, que também esteve na audiência, ressaltou, porém, que o método utilizado pela Turquia para comunicar a deportação de El Bakraoui não foi a habitual.

"O método habitual de trabalho é que os serviços policiais turcos entrem em contato com os funcionários dos outros países quando há uma extradição na ordem do dia", explicou o chanceler.

Desde maio de 2013, houve seis comunicações deste tipo entre Turquia e Bélgica, cinco delas realizadas em nível policial. A única enviada ao portal eletrônico da embaixada foi a de El Bakraoui, de acordo com o ministro das Relações Exteriores.

O ministro da Justiça, Koen Geens, admitiu que irá verificar se o conjunto de informações foi "tratado e comunicado corretamente". Além disso, considerou "imperativo" que os diferentes serviços de segurança implicados na luta contra o terrorismo colaborem entre si para prevenir novos atentados. 

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