Mundo

Ministra diz que tragédia em delegacia venezuelana não lhe compete

A ministra do Serviço Penitenciário disse que a investigação do incêndio deve ser realizada pela polícia e rejeitou as críticas ao sistema penitenciário

Mortes: 68 pessoas morreram após incêndio na delegacia de Carabobo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Mortes: 68 pessoas morreram após incêndio na delegacia de Carabobo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

E

EFE

Publicado em 2 de abril de 2018 às 14h23.

Última atualização em 2 de abril de 2018 às 15h08.

Caracas - A ministra do Serviço Penitenciário da Venezuela, Iris Varela, disse nesta segunda-feira que não é sua competência o ocorrido na quarta-feira em uma delegacia do estado de Carabobo (centro), onde morreram 68 pessoas em um "suposto incêndio", e pediu que continue a investigação do caso.

"Houve uma tragédia que dói na alma, com pessoas que estavam presas na delegacia do estado Carabobo, que não corresponde ao Ministério Penitenciário. Isso é função policial", disse Varela em seu programa de rádio "Não te prives", transmitido pela emissora "Rádio Miraflores".

A ministra afirmou, depois de ter passado cinco dias do incidente, que se pronunciava sobre o ocorrido porque tem "consciência" e porque "era necessário abordar esse tema".

Além disso, rejeitou as críticas contra si por este fato e afirmou que a Venezuela "hoje exibe o melhor sistema penitenciário do mundo".

"Por que agora não vão aos centros penitenciários? Por que não vão agora fazer uma reportagem em 88 prisões que têm para escolher com 98% do novo regime penitenciário em funcionamento? ", disse em referência ao sistema implementado nas prisões recentemente, que conta com rígidas normas disciplinares e um doutrinamento militarizado.

Na quarta-feira, 68 pessoas morreram em um fato que o procurador-geral Tareq Saab descreveu como um "suposto incêndio" em uma delegacia em Valência, capital de Carabobo.

Segundo veículos de imprensa locais e diversas ONG, o incêndio aconteceu em meio a um motim.

Saab, que foi defensor do Povo, especificou na própria quarta-feira que os mortos eram 66 homens e duas mulheres que visitavam este centro e anunciou a designação de quatro promotores para "esclarecer estes dramáticos fatos".

O Governo venezuelano pediu nesta sexta-feira ao Ministério Público (MP, Promotoria) a abertura de uma investigação sobre o fato e anunciou a criação de "uma equipe multidisciplinar e a ativação dos protocolos necessários para a proteção integral de cada uma das famílias afetadas".

Varela também anunciou hoje que na próxima sexta-feira inaugurará o centro de reclusão feminina "Ana María Campos II" em Maracaibo, capital do estado Zulia (noroeste), para 130 mulheres privadas de liberdade.

Também será inaugurado um "estabelecimento de regime especial para estrangeiros punidos".

Acompanhe tudo sobre:MortesPrisõesVenezuela

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido